O mês começou com a transferência de meu companheiro para São Borja e a chegada de um novo, meu segundo companheiro americano na missão. Elder Hakes teve em sua vida um privilégio que pretendo proporcionar aos meus filhos: nascer e ser criado na Igreja.
A vinda para uma missão de tempo integral do lado de baixo do Equador exerceu nele o efeito de estourar a bolha social, cultural e espiritual na qual nasceu e cresceu. Chegou a ser cômica a cara de estranheza que fez quando teve contato com um homem que se diz pastor espiritualista mesmo não sendo evangélico, de quem recebemos convite para comparecer a uma de suas atividades. Até agora me divirto quando recordo a expressão de pasmo estampada no rosto de meu novo companheiro ao presenciar as cenas em que aquele homem usava o nome do Salvador para fazer “curas milagrosas pelo poder de Jesus”, sendo aplaudido “em nome de Jesus” e pedindo aplausos “para Jesus”, com todos os presentes pondo-se a aplaudir Alguém de Quem não têm o menor conhecimento. De vez em quando meu companheiro sussurrava em meu ouvido, inconformado: “Aplausos para Jesus???” Nunca na vida tinha visto tal bizarrice e seu espanto me divertia.
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