Minha Missão de Tempo Integral: Alegrete, janeiro de 1986

Publicado em 1 de janeiro de 2007 e atualizado em 8 de abril de 2024

Eu (à esq.) e um de meus companheiros em Alegrete
Eu (à esq.) e um de meus companheiros em Alegrete

Janeiro começou bem. Meu companheiro foi transferido e não consegui nem quis esconder minha felicidade por isso. Não que eu o desprezasse, mas seu temperamento e personalidade eram minha pedra no sapato. Então fiquei livre de muitos dos desnecessários problemas que ele criava.

Sendo óbvia a veracidade do Livro de Mórmon e concretas as bênçãos recebidas por quem o lê em espírito de oração, meu desejo sempre foi o de anunciar tão sublime verdade ao mundo. Meu propósito na missão é fazer com que alguns cheguem a conhecer a restauração do Evangelho e da Igreja de Jesus Cristo na Terra. Não creio que haja coisa alguma neste mundo que pague o preço do sacrifício que milhares de jovens fazem em todo o mundo neste momento, pagando o dízimo de suas vidas com a obra missionária.

Foi com tal certeza em mente que fui para minha primeira entrevista com o presidente depois que cheguei ao campo missionário. Ele perguntou qual o propósito de minha vinda para a missão e lhe respondi o que escrevi acima. “Este é o seu segundo propósito”, corrigiu, e acrescentou: “Converter-se ao Evangelho é o primeiro”. Não entendi bem o que ele quis dizer, pois eu era um membro converso da Igreja, estava na missão por vontade própria e tinha um forte testemunho do Evangelho restaurado. O presidente se referia à conversão profunda, de um tipo que quem não passa por uma missão dificilmente tem. Eu só entenderia isso anos mais tarde.

Com meu novo companheiro já tive algumas experiências interessantes. Uma delas muito válida, apesar de desagradável, aconteceu quando tentávamos dar uma palestra que até aquele momento havia sido a única do dia. Foi tão desprovida do Espírito que nossas línguas praticamente se travaram. Havia qualquer coisa naquele lugar que O impedia de Se manifestar. “Senti-me como se estivesse em Sodoma e Gomorra”, comentou meu companheiro ao sairmos.

Recebi a primeira carta de casa desde que cheguei ao campo missionário, quatro meses atrás. As palavras escritas nela demonstravam frustração e inconformismo por minha vinda para a missão, embora não tratassem diretamente do assunto. Li-a uma única vez e não quis lê-la novamente.

Houve um dia no qual fui parar no hospital com febre alta e fortes dores na perna direita causadas por um ferimento infeccionado no calcanhar. O médico prescreveu um antibiótico e pelo menos vinte e quatro horas de repouso. Fiquei inconformado por não poder cumprir os compromissos marcados para aquele dia e para o seguinte, pois eu estava empolgado com o trabalho.

Independentemente, minha saúde não ia bem. O médico disse que minha pressão está baixa demais e recomendou alguns exames com certa urgência. O calor sufocante daqueles dias podia estar agravando o mal-estar. Soube que a temperatura passou dos 43 graus! Sentia-me mal, fraco e abatido.

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