Publicado em 27 de novembro de 2012 e atualizado em 16 de fevereiro de 2024
Há pouco tempo regressei ao clube dos solteiros após um casamento de 12 anos. Então comecei a pedir ao Senhor que me ajudasse a encontrar uma boa companheira para mim. Seria a mulher digna e fiel descrita em minha minha bênção patriarcal como sendo aquela com a qual passarei a eternidade. Como só Ele conhece os corações de todos os Seus filhos, só Ele também sabe quem combina com quem. E pode me guiar na direção de um desses corações. Sua dona e eu juntos lutaremos pela conquista da maior das promessas do Senhor a Seus filhos fiéis: a exaltação.
Por meio dos influxos do Espírito que aprendi a identificar e seguir prontamente, percebi que uma resposta àquele justo anseio havia vindo surpreendentemente rápido. E mais surpreendente que a rapidez da resposta foi ver para quem ela apontava.
Em uma rede social eu havia conhecido uma médica de 44 anos. Linda, culta, inteligente, viajada e de muito boa conversa. Tinha uma filha de 16 anos cujo pai nunca foi marido da mãe. Marido e família, aliás, eram algo com que sempre sonhou. Eu, por minha vez, sempre sonhei em ser pai de uma menina, mesmo que não fosse minha.
Essa médica parecia a escolha perfeita não fosse um detalhe: não era da Igreja.
Apesar disso, senti-me espiritualmente compelido a me aproximar dela. Talvez o Senhor quisesse que eu vivesse alguma experiência didática ou inspiradora com ela. Como ela me parecia uma mulher muito interessante, não pensei duas vezes.
Nosso primeiro encontro foi em um de seus locais de trabalho, onde naquele dia ela dava plantão. Conversamos muito sobre nós mesmos e expliquei meus motivos para desejar só me envolver com mulheres da Igreja. Muito embora tivesse deixado claro não ter intenção de abrir mão de sua fé católica, concordou em conhecer melhor a doutrina da Igreja de Jesus Cristo, até porque se confessou fascinada pela possibilidade de ter uma família eterna.
Saí do primeiro encontro encantado. Em pensamento, insisti num pedido ao Senhor: “Quero-a para mim!” Pareceu-me que seria fácil conquistar seu coração. O desafio seria conquistar também seu espírito.
Nosso próximo encontro foi na capela sede de minha estaca. Era dia das sessões de domingo da Conferência Geral de outubro de 2012. Ela assistiu a sessão da tarde comigo. Antes de começar, presenteei-a com um exemplar do Livro de Mórmon prometendo-lhe que, a exemplo do que ocorrera comigo, se o encarasse com seriedade poderia se aproximar de Deus mais do que jamais imaginou ser possível.
Ela ouviu os discursos da sessão da Conferência com atenção. Não deixou de notar as tímidas lágrimas que eu vertia ao ouvir o mavioso Coro do Tabernáculo cantar músicas celestiais que me tocam profundamente. Ficamos o tempo todo de mãos dadas. E ela estava deslumbrante. Mais que isso: ela era deslumbrante!
Ao final da sessão, já à noite, levei-a à praia para conversarmos. Eu não só queria colher suas impressões sobre seu primeiro contato com a Igreja, como também queria deixar aflorar os doces sentimentos românticos que transbordavam por ela em meu peito.
Em circunstâncias normais eu não me deixaria envolver romanticamente de forma tão forte por uma mulher de fora da Igreja, por mais interessante que fosse. Mas desta vez foi como se meu coração tivesse sido sequestrado por sentimentos tão docemente profundos e felizes que não pude deixar de concluir haver o dedo do Espírito neles, como se Ele estivesse me relevando uma dimensão do amor até então desconhecida para mim.
Por isso, não vi razão para resistir àquele dulcíssimo e irreprimível chamado do amor e me declarei a ela. E ela correspondeu plenamente.
Ali começava um relacionamento romântico como eu jamais havia experimentado. Nos dias e semanas seguintes me vi mergulhado num amor bem mais cativante e envolvente do que me imaginava capaz de sentir. Cada nova afinidade descoberta era uma festa — e foram muitas. Quanto mais dominado me via por aquele sentimento, mais convencido ficava de que tanta doçura, tanto afeto, tanta ternura, em grau tão inédita e surpreendentemente elevado, que excediam minha compreensão e a qualquer coisa de que me julgava capaz de sentir, só podiam estar sendo inspirados por Deus. Até aquele momento eu não tinha motivos para duvidar de que Ele havia me apresentado à dona de um daqueles corações que combinam com o meu.
Mas, ao mesmo tempo, eu também estava ciente de que o Espírito me alertava para que eu não me empolgasse demais. Eu só não sabia por que. Teria que esperar para descobrir.
Sem descuidar do aspecto espiritual, fiz com que ela começasse a ser ensinada pelos missionários. Emprestei-lhe meu exemplar do livro Princípios do Evangelho, o qual disse depois ter lido de capa à capa em poucos dias. Ouviu todas as palestras dos missionários e quis ser batizada. Por mim.
Fazíamos planos para nosso futuro que envolviam selamento no templo, lua-de-mel, moradia, vida conjugal, atividade na Igreja, etc. A pedido dela, fui conversar com seus pais sobre nossa intenção de nos casarmos, coisa que homem algum jamais havia feito por ela. Tudo parecia apontar para um futuro promissoramente feliz.
Batizei-a três semanas depois do início de nosso namoro. Ela rapidamente fez amizades em sua nova ala. Sua reunião bastismal foi movimentada e festiva, da qual participaram seu novo bispo e alguns líderes do sacerdócio e das auxiliares. Da presidente da Sociedade de Socorro ganhou um exemplar do Manual Básico da Mulher SUD.
Eu estava feliz.
Nos dias seguintes à sua confirmação, no entanto, seu comportamento começou a mudar. Passou a demonstrar desconforto com sua nova condição de membro da Igreja. Intrigado, perguntei-lhe o que estava havendo. Disse que começou a se sentir perturbada com o passo que tinha dado, achando que a ordenança do sacerdócio que lhe conferiu o dom do Espírito Santo tinha aberto sua mente para uma possível precipitação ao ter decidido se batizar. Não consegui convencê-la da impossibilidade de que Deus Se contradissesse passando a lhe dizer coisas contrárias ao que já tinha dito e à realidade da restauração de Sua Igreja e de Seu evangelho.
De uma atitude de humilde e alegre aceitação, passou a uma de altiva contestação e dúvida. Assumiu que talvez tivesse aceitado se tornar membro da Igreja mais pela empolgação com nosso relacionamento do que por testemunho da verdade obtido pelo Espírito.
Na véspera do feriadão de finados anunciou que viajaria com seus pais para sua casa de praia para pensar. Como eu já vinha sendo avisado pelo Espírito de que havia algo errado mesmo quando tudo parecia perfeitamente bem, eu já sabia qual seria o resultado da conversa com os pais: ela desistiria da Igreja. Isso implicaria na minha desistência dela também.
Eu estava preparado para essa possibilidade, por isso sua desistência não doeu em meu coração. O que doeu foi ver que a mesma mulher que dias antes me mandou mensagem dizendo-se necessitada de um psiquiatra por estar “louca” por mim não seria madura e mulher suficiente para sequer conversar comigo depois de tomar a decisão de voltar atrás. Ao invés, preferiu ficar mandando indiretas públicas pelo Facebook. Passou a ignorar minhas tentativas de contato e até me bloqueou na rede social, revelando em sua personalidade um traço de imaturidade ao qual eu ainda não havia sido apresentado. Não preciso dizer que me senti traído e magoado com tal atitude.
Tenho plena convicção de que a desistência foi motivada principalmente por medo da reação da família, que é católica praticante e não tinha ficado sabendo do que ela havia feito. Sua mãe não aceitava que a filha sequer faltasse a uma missa e a cobrava implacavelmente por isso. Ela sempre manifestou receio de encarar a família após o batismo, embora parecesse disposta a enfrentá-la. Lamento ter constatado que era só aparência.
Não tive como não lembrar da parábola do semeador contada por Jesus (ver Mateus 13:3–9, 18–23; Marcos 4:3–9, 14–20; Lucas 8:4–8, 11–15), na qual a atitude da bela mulher equivaleria à da semente caída em meio a pedregais, tendo ouvido a palavra e logo a recebido com alegria, mas, como não tinha raiz, não floresceu quando veio a oposição.
Questionei os motivos que levaram o Senhor a me fazer sentir confortável e confiante com a ideia de iniciar aquele relacionamento sabendo que seria tão efêmero. É possível que Ele soubesse que poderíamos ter sido felizes se ela não tivesse desistido do compromisso assumido com Ele ao se batizar. Ou que quisesse me apresentar a uma dimensão do amor cuja extensão jamais imaginei ser possível alcançar. Ou ainda — e mais provável — que fosse Sua intenção meramente plantar a semente da restauração do evangelho no coração daquela Sua filha especial, coisa que talvez não fosse possível senão por meio de um grande amor.
Não me cabe questionar os métodos e razões do Senhor. Se Ele me julgou apto para ser usado como ferramenta no cumprimento de Seus desígnios, minhas decepções não têm a menor importância. Uma coisa é certa: embora ferido e magoado com o desrespeito, falta de consideração e até de educação com que passei a ser tratado por ela, saí da experiência mais amadurecido, trazendo na bagagem lições que não só serviram e servirão de combustível para minha Liahona pessoal, como possivelmente somarão sabedoria no aconselhamento de pessoas que Ele eventualmente puser em meu caminho no futuro — como as que vierem a ler este artigo, por exemplo.
O assunto é relevante por dizer respeito à escolha da pessoa com quem se quer passar a mortalidade e a eternidade. A grande pergunta é: devo considerar a possibilidade de me relacionar com quem não é da Igreja? Muito embora o senso comum SUD diga que isso é uma imprudência, a experiência acima confirmou o que eu já sabia: devemos seguir o Espírito, mesmo que isso eventualmente implique em decepções, pois “todas essas coisas te servirão de experiência e serão para o teu bem” (D&C 122:7) — desde que estejamos dispostos a sermos ensinados e lapidados por Ele e também que jamais abramos mão de nossos convênios com o Senhor no batismo e no templo.
Grato irmão por sua História, vc soube neste momento tão delicado seguir a influência do Espírito, muito obrigado por compartilhar esta experiência nobre e difícil, pois tenho certeza que não foi fácil compartilhar. Forte abraço.
Olá .. História muito interessante meu caso é um pouco parecido …a moça que amo ela é mormon e eu não sou …. Seria muito fácil me batizar e casar com ela …. Mas o pai dela quer que ela case com o ex dela que está fazendo missão no momento …. E eu queria casar com ela e ter uma família seguindo o Senhor Jesus Cristo … Me ajudem
Oi, Douglas.
Concordo quando diz que seria muito fácil você se batizar só para casar com ela. Mas a decisão pelo batismo neste caso seria uma decisão certa pelo motivo errado.
Você deve batizar-se não por causa de uma pessoa, e sim por causa de Jesus Cristo. O casamento é consequência.
Compreendo perfeitamente a postura do pai dela e não o culpo. Você também não o culpará quando compreender a importância eterna do casamento e do selamento no templo, metas que toda moça digna da Igreja tem e que não podem ser cumpridas com quem não tem o desejo de fazer com Deus os mesmos convênios que ela quer fazer.
Se eu fosse uma moça solteira em busca de um casamento celestial, sem dúvida daria preferência a um membro da Igreja e, mais ainda, a um missionário retornado. É mais provável conseguir um casamento desse tipo com alguém que assuma com Deus os mesmos compromissos temporais e eternos do que o contrário. Isso se explica por uma mera relação de causa e efeito: a obediência a esses convênios traz bênçãos. E eu ia, sim, preferir alguém que tivesse essa bagagem. Não conheço ninguém que deliberadamente tenha se recusado a cumprir esses convênios e que esteja espiritualmente bem. E eu, se fosse moça, não arriscaria meu futuro espiritual e minha vida eterna me casando com alguém nessa condição, por mais gente boa que fosse (pois o mero ser gente boa não garante as recompensas terrenas e celestiais que me empenho em conquistar).
Portanto, como você pediu minha ajuda, a ajuda que posso dar é esta: leia o Livro de Mórmon com um coração sincero e com real intenção e obtenha de Deus a opinião Dele sobre o livro. Quando você souber que é verdadeiro e que, portanto, toda grandiosa obra construída sobre ele também é, procure saber de Deus o que Ele espera de você a partir de então e também o que pode vir de bom para sua vida em decorrência desse testemunho. Procure também os missionários, eles podem ajudá-lo a obter respostas.
Quando você descobrir que a Igreja de Jesus Cristo e o evangelho restaurado podem vir a ser a maior e melhor bênção de sua vida e decidir tomar parte nessa alegria por testemunho de que o mundo não pode lhe oferecer nada melhor que isso, aí sim, suas chances com a moça aumentam. Tenha em mente que ela e a família dela já obtiveram esse testemunho e não abrirão mão dele, pois sabem que é verdadeiro e veio de Deus.
Você compreenderá melhor isso tudo quando obtiver seu próprio testemunho. Falo por experiência própria.
Espero ter ajudado.
Um abraço!
muito boa sua historia pena que ela nao é baseada e fatos veridicos! a convicçao mormon é baseada em sentimentos! “enganoso é o coraçao do homem! espero que um dia oq te afastou dos ensinamentos da Biblia (falta de conhecimento) te traga novamente para perto de Deus (conhecimento) conhecimento da verdade!
Olá, Jhon.
No que me diz respeito você está redondamente enganado. Você não sabe rigorosamente NADA sobre meu conhecimento para afirmar que me afastei da Bíblia. Se você pudesse entrar na minha mente e ficar sabendo do que sei, envergonhadamente me pediria perdão pelo que acabou de dizer.
Minha convicção não é baseada meramente em sentimentos. Não sei se você sabe, mas Deus tem boca e fala. É por esse motivo que estou onde estou, afirmo o que afirmo e não me desculpo. Esse conhecimento não me foi dado por homens mortais falíveis, mas pelo próprio Pai Eterno, em Pessoa. Prefiro arder eternamente no fogo do inferno a negar o conhecimento que recebi Dele.
Portanto poupe seu esforço. Não há rigorosamente nada que você diga ou faça capaz de mudar isso. Se quer que eu me convença de que estou errado, deve pedir a Deus que me convença e aí esperar para ver se Ele o fará. Sugiro esperar sentado. 🙂
Um abraço!
Caro Marcelo:
Tudo tem o seu tempo e a sua hora, uma hora é de plantar e outra é a de colher. De positivo em sua experiência está o fato de haver sido um instrumento nas mãos de Deus para levar o evangelho a quem, de outra maneira, talvez jamais tivesse contato com o mesmo. Mas existe um coisa na qual precisamos refletir…nós sempre podemos saber quantas sementes há em uma maçã, no entanto jamais saberemos quantas maçãs há em cada semente. Quem sabe essa moça ainda não será um instrumento nas mãos do Pai Celestial, quando amadurecer a semente plantada, para a conversão de muitos dos seus familiares e de seus ancestrais? Uma hora a macieira dará seus frutos, em seu próprio e devido tempo, se serão doces ou não só o tempo poderá responder.
Quanto á atitude dela, por mais estranha que pareça, é até bem comum, as pessoas temem descobrir que estão erradas e portanto evitam qualquer contato que as faça rever suas decisões. Se o sentimento, então, está envolvido, o temor é ainda maior, quanto mais a pessoa estando em um estado de confusão sobre o que é sua própria escolha ou se foram influenciadas por outras pessoas. No caso dessa moça , ela está num fogo cruzado, num momento de insegurança sobre seus próprios sentimentos ou em relação à sua religiosidade.
Ore por ela, ainda que não seja para ser sua companheira eterna, ore para que Deus ilumine sua mente e seu coração e a semente plantada possa florescer em uma linda primavera espiritual.
Oi, Jorge.
Obrigado por seu comentário. Ela não poderá ser minha companheira eterna, pois tanto ela quanto eu nos casamos de novo, cada um do seu lado. Espero que no futuro ela e o marido aceitem o evangelho e desfrutem de suas bênçãos.
Um abraço!
Antigamente era proibido e muito mal visto pessoas de crenças diferentes se casarem. Com o tempo, a tradição de perpetuar a religião através do casamento foi diminuindo, porém ainda hoje, algumas famílias não aceitam muito bem a escolha de seus filhos.
Quando se têm familiares e amigos contra o casamento, muito stress é gerado e só dificulta vida de duas pessoas que se amam e que estão aprendendo uma nova vida juntos. Além disso, o próprio casal já tem muitos pontos de diferenças que precisarão trabalhar e resolver juntos.
Se apenas uma pessoa é praticante de alguma religião é mais fácil: o outro se converte e decidem juntos qual religião será à base dos filhos. Porém, quando os dois são praticantes começa o primeiro problema: quem vai se converter? Mesmo que entrem em um acordo, se a família se opõe ou não dá o suporte necessário, pode resultar em muitos sentimentos dolorosos como culpa, rejeição e dor.
Decidiu se casar com alguém de outra religião? Agora vocês terão que definir qual será o tipo de cerimônia escolhida, quais serão os votos e quem presidirá a cerimônia. Não é fácil, ainda mais se as duas famílias forem religiosas. Você ouvira críticas o tempo todo. Eles precisarão estar preparados para lidar com esses obstáculos de uma maneira de honre os valores de cada um dos noivos.
A tradição e costume de cada religião incluem simbologias, comidas, feriados, celebrações muito específicas. Pode ser muito desconfortante estar com uma família que professa outra fé, e você não sabe o que esperam de você. Pessoas nessa situação podem se sentir em território estrangeiro e até mesmo ofender alguém por falta de conhecimento.
É essencial que o casal converse a respeito das tradições e costumes próprios da sua religião. Imagine a morte de alguém na família. Cada tradição lida com a morte de uma maneira muito particular, e nesse caso é muito importante entender como você deve suportar a sua parceira num caso desses.
No dia de celebrações festivas de cada religião, convidar os familiares da sua parceira será um desafio. Ao mesmo tempo em que o casal vai querer uma comemoração pacífica, eles também querem que suas respectivas famílias se sintam bem. Se você se enquadra nesse perfil de pessoa, saiba que é normal ter um tempo para acertar e entender as tradições do outro.
Outro ponto muito importante é a conversa sobre como vão educar os filhos. Cada religião possui formas específicas de lidar com o nascimento de uma criança e o casal precisa estar alinhado a isso. Não pode esperar a criança nascer para definir o que será feito. É importante também deixar os parentes avisados sobre a decisão de vocês. Muitos casais, hoje em dia, ensinam as duas religiões e deixam à criança escolher qual seguir quando tiver maturidade para isso.
A base de um relacionamento saudável nesse caso é a conversa, aberta, franca e madura. Se existem valores que são muito importantes para você, não passe por cima. Discutam e entendam juntos que caminho seguir.
Mas lembre-se, no fundo toda religião fala de amor e de uma maneira para buscar o equilíbrio e a fé. Portanto, não faça disso um obstáculo para um casamento de sucesso e para uma vida com o amor da sua vida!
Minha opinião sobre o casamento: Primeiro, e mais óbvio, casamento é um mandamento ordenado por Deus.
A vida não termina com a morte, e o casamento também não foi feito para terminar com a morte. Porém, o casamento realizado por oficiais civis, fora do templo, é só para esta vida. O casamento eterno no templo é o único que continuará após a morte, e a exaltação no grau mais alto do reino celestial só vem para aqueles que fazem tal convênio e o observam.
Por que Deus daria o casamento como um mandamento? Por que Ele apresentaria o casamento como santo e necessário? Também nos é dado o mandamento de “multiplicar e encher a terra”, ou seja, ter filhos. E aparentemente Deus não queria que ficássemos sozinhos. Mas as respostas para essas perguntas são bem mais profundas do que apenas para problemas normais ou companheirismo. Fomos feitos para ser unidos. E fomos feitos para estamos juntos para sempre como família.
Casamento é muito mais do que apenas “até que a morte os separe” – o homem e a mulher são selados para viver eternamente juntos, como marido e mulher. Se eles forem fiéis, uns aos outros, e guardar as promessas que fizeram no casamento um para o outro, e para Deus, os laços do casamento irão durar muito além dessa vida mortal. Deus é a fundação para um casamento eterno.
Quando um casal santo se une em casamento, recebe promessas espetaculares referentes a sua descendência e que vão de eternidade a eternidade. Aos dois é prometido que terão o poder e o direito de governar, controlar e administrar salvação, exaltação e glória a seus descendentes, mundos sem fim.
Marcelo,
Sua experiência lembrou-me um pouco da minha própria. Para resumir, pouco tempo depois de voltar da missão (há dois anos), consegui um emprego com um membro da igreja.
No meio daquele ano, fiz uma viagem à trabalho para Manaus. Aproveitei para me encontrar com um ex-companheiro que morava ali.
Nisso, ele me apresentou a uma amiga. Nós três nos encontramos algumas vezes naquela semana e não pude deixar de notar que a moça tinha um grande testemunho e firmeza no evangelho.
Certa noite, eu e ela estávamos sozinhos esperando um ônibus e conversando. Nisto, veio um sentimento muito forte do Espírito indicando que ela era minha eleita. Além disso, ela estava dando alguns sinais de que estava interessada em mim (moças sempre demonstram seu interesse de alguma forma ao rapaz por quem estão interessadas).
Continuamos nos falando pela internet depois que voltei a São Paulo e acabamos namorando. Entretanto, nossa relação parecia ser algo unilateral: era sempre eu me sacrificando para poder vê-la e falar com ela e ela ficando cada vez mais inacessível.
Orei, jejuei, fui a templo… de várias maneiras, o Senhor me avisou de que eu devia ser paciente pois ela era a pessoa certa.
Nos 7 meses em que namoramos, chegamos a desmanchar o namoro e reatar uma vez. A atitude dela não melhorava: começávamos bem, mas ela ia esfriando com o tempo.
Até que houve uma situação que foi a gota d’água: minha família ia passar o ano novo no Maranhão, onde meu pai nasceu. Eu troquei essa viagem para ir a Manaus passar o ano novo com ela.
Chegando em Manaus, eu não fui prioridade para ela. Eu sacrifiquei boa parte do salário de um ano de trabalho fora o tempo precioso que podia ter passado com minha família para que ela não quisesse sair comigo depois do trabalho “pois estava cansada” ou porque “tinha que preparar a aula de domingo” (quando podia tê-la preparado antes de eu chegar ou designado outra pessoa).
Chegando em casa, orei mais uma vez e o Senhor disse-me para ter paciência… mas na semana seguinte, ela me manda uma mensagem querendo terminar o namoro por “incompatibilidade de tempo, distância e personalidade”.
Fiquei muito triste e zangado… mas lembrei-me de que, embora o Senhor possa nos revelar o que fazer, as pessoas têm seu livre-arbítrio e ela tinha usado o dela para rejeitar.
Acabamos nos distanciando, então. Foi muito triste, mas… algum propósito teve, tanto para mim quanto para ela. Uma consequência boa, que posso dizer, é que se nós tivéssemos nos casado naquela época, eu não teria participado do acampamento do EFY deste ano como consultor e não teria sido um instrumento nas mãos do Senhor para mudar as vidas de vários jovens, como fui…
Obrigado por compartilhar sua experiência, Luiz. 😉
Marcelo, você considerou a possibilidade de ter deixado-se levar pela emoção? O que a experiência nos mostra é que confundimos a vontade de Deus com a nossa mais frequentemente do que gostaríamos de admitir. Penso que o Senhor nos orienta através das Escrituras e da revelação pessoal, mas isso não nos isenta da responsabilidade de escolhas maduras e autônomas – o que, por vezes, implicará em escolhas errôneas, apesar de nossos melhores julgamentos. Brigham Young salientou isso quando afirmou que “[s]e peço a [Deus] sabedoria concernente a qualquer requisito da minha vida, ou sobre o meu próprio rumo, ou dos meus amigos, minha família, meus filhos, ou àqueles que eu presido, e não obtenho nenhuma resposta Dele, então faço o melhor que meu julgamento possibilitar, ele irá honrar minha decisão.” (Teachings of the Presidents of the Church: Brigham Young, p. 46)
Leonel,
No início do artigo digo que a experiência ocorreu “por meio dos influxos do Espírito que aprendi a identificar e seguir prontamente”. Ao longo de minha vida no evangelho já tive experiências espirituais em quantidade, conteúdo e relevância suficientes para aprender quando uma inspiração vem do Espírito e quando não vem.
Todos temos direito a um dom espiritual chamado discernimento. Com ele, podemos distinguir claramente um influxo, impressão, idéia ou sentimento vindo do Espírito de outros vindos de outras fontes.
Por isso, posso assegurar-lhe que não me enganei.
Um abraço!
Concordo quando vc diz que não importa o sofrimento a que somos submetidos contanto que possamos sair dele extremamente fortalecidos e amadurecidos espiritualmente,pois só assim podemos galgar os degraus que nos levarão de volta à nosso Lar Celestial.Podemos aprender com todas as situações pelas quais passamos não importa quais sejam elas como vc mesmo diz só nosso Pai Clestial sabe o que nos advirá no futuro!Que possamos ter uma fé inabalável em Sua sabedoria do que é melhor para nós,para nos tornarmos inamovivéis em Seu evangelho.
Irmão Marcelo. Acompanhei sua narrativa esperançosa de que esse relacionamento tivesse um final feliz! Torcia por isso! Mas, a vida nos prega peças! Sei que vc saiu fortificado, mais experiente e, com um testemunho mais forte do nosso querido evangelho! Sempre os conselhos de nossos líderes me vem à cabeça quando preciso tomar uma decisão. Eles estão certos, eles nos dirigem para o bem, para alcançarmos a Vida Eterna. Sim, creio que essa moça teve uma oportunidade de ouro ao conhecer nossa Igreja. No final, vc saiu ganhando. Parece difícil aceitar, não é? Mas, vc foi vitorioso! Fez o que estava ao seu alcance. Seguiu sua verdade. Tenho certeza de que a pessoa certa está sendo preparada para estar ao seu lado! Muita paz!