Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela

Publicado em 16 de dezembro de 2007 e atualizado em 6 de março de 2024

Sentinela vigiando um lugar

Há dois dias empreendemos mais uma viagem ao templo. Tive a grata satisfação de liderar nossa caravana mais uma vez.

Na viagem de ida, exibi para os irmãos no sistema de entretenimento a bordo um filme de três horas sobre a vida do Rei Davi. Na volta, também com três horas, um filme sobre Moisés.

Na ida, eu estava sentado em meu lugar predileto: na primeira fileira de poltronas do andar de cima do ônibus. Portanto, eu desfrutava de uma ampla visão panorâmica da estrada.

Tudo transcorria tranquilamente até que, por volta de 10 da noite, uma carreta carregada de milho que seguia bem à nossa frente capotou. Como eu estava distraído com o filme sobre Davi, não vi o acidente acontecer. Só me dei conta do ocorrido depois que nosso ônibus parou bem atrás da carreta capotada. Ela ficou atravessada, tombada para o lado direito, ocupando mais da metade da largura da pista simples. A cabine entrou dentro de um canavial à beira da estrada.

A carga de milho da carreta foi esparramada pela pista, dificultando o caminhar para quem desceu dos veículos. Foi como tentar andar em um chão coberto de bolinhas de gude. Um motociclista que tentou passar não conseguiu controlar a moto e caiu.

Um bispo de outra ala que nos acompanhava foi ver se podia socorrer os ocupantes do veículo. Ele conseguiu resgatar uma mulher que havia ficado com a cabeça presa na cabine da carreta. Era a esposa do motorista. Ambos estavam embriagados.

Apesar dos cortes que mancharam de sangue a camisa branca do bispo, a mulher do motorista saiu andando da carreta e não parecia ter sofrido maiores ferimentos. Não fiquei sabendo a condição de seu marido.

Não faço idéia de como o motorista da carreta conseguiu tombá-la numa linha reta e num trecho da estrada sem irregularidades ou buracos. A única hipótese que me ocorre é que, por estar embriagado, deve ter feito algum movimento brusco na direção. Com o veículo carregado e talvez em alta velocidade, não deve ter sido difícil fazê-lo tombar.

Nosso motorista comentou comigo depois que, com a pista coberta por grãos de milho, ficou com medo de pisar no freio, pois corria o risco de não conseguir parar e bater na carreta tombada. Mesmo assim, paramos em segurança.

Isso me fez pensar no risco em potencial corrido por motoristas que vinham em sentido contrário no momento do capotamento e mesmo pelos que vinham logo atrás, como nós. Um motorista embriagado é um perigo em qualquer circunstância.

Cerca de vinte minutos depois, já com os paramédicos prestando os primeiros socorros, seguimos viagem.

No dia seguinte, já no templo, ouvi uma história que me fez ficar igualmente reflexivo. O ônibus da caravana de outra estaca sofreu uma tentativa de assalto na estrada. Bandidos atiraram uma enorme pedra contra o parabrisa do ônibus para que, ao parar, o veículo fosse assaltado. Já ciente da tática dos bandidos, o motorista não parou e seguiu viagem com o parabrisa quebrado mesmo.

A pedra atirada contra o outro ônibus não era simplesmente uma pedra: era um pedaço do asfalto da pista. Ao atingir o ônibus, estourando com violência o parabrisa direito e penetrando na cabine, ela passou entre o motorista e um irmão sentado no assento do assistente, sem atingir nenhum dos dois.

Contaram os irmãos que, mais adiante, o motorista parou em um posto policial. Havia lá nada menos que três outros ônibus com o parabrisa quebrado pelo mesmo motivo.

Ambos os episódios mostram a importância de, mediante nossa dignidade, termos direito à proteção do Senhor para não sermos vitimados pela iniquidade alheia. A carreta tombada por causa da embriaguez do motorista poderia ter atingido outros veículos, como o nosso. A pedra atirada por bandidos no parabrisa do outro ônibus poderia ter acertado o motorista, caso em que um grave acidente poderia ter ocorrido. Em ambos os casos, todos saíram ilesos e puderam chegar em paz e segurança à Casa do Senhor para servir-Lhe.

Antes de iniciarmos a viagem de volta e antes de fazermos a oração, contei aos irmãos o ocorrido com a outra caravana e de como, assim como fez conosco, o Senhor abençoou e protegeu aqueles nossos irmãos. Lembrei-os que tínhamos muito o que agradecer ao Senhor e que devíamos pedir-Lhe que, da mesma forma, nos protegesse de males e perigos na volta para casa. E Ele assim o fez.

Nenhum dos dois episódios foi capaz de abalar minha tranquilidade e confiança na proteção do Senhor. Não senti medo na viagem de volta. Eu sabia que Seus santos anjos estavam a nosso redor, protegendo-nos. Um doce e profundo sentimento de satisfação preencheu-me em certo momento da viagem. Esse sentimento era o envelope de uma mensagem enviada a mim pelo Senhor, na qual Ele dizia estar satisfeito com meu empenho em servir-Lhe no Evangelho. Realmente, eu não tinha e não tenho rigorosamente nada a temer.

Se o Senhor não guardar os ônibus e seus motoristas e passageiros, em vão se torna toda a segurança dos veículos e o treinamento dos condutores. Como disse Davi: “se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Salmos 127:1).

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Um comentário em “Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela

  1. ola Marcelo
    obrigado por ter deixado ler o seu diario,
    estava mesmo a precisar …nao sei o porque,ando espiritaulmente em baixo
    tambem tenho experiencias maravilhosas,do evangelho
    um bom natal e que o ano 2008,te traga tudo de bom
    bjs
    fatima de portugal

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