Minha Missão de Tempo Integral: Pelotas, agosto de 1986

Com o Élder Russel M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos
Com o Élder Russel M. Nelson, do Quórum dos Doze Apóstolos

No início deste mês tivemos em Porto Alegre uma conferência com um apóstolo. Quando soube que um apóstolo nos visitaria, fiquei imaginando o que isso me representaria em termos de conhecimento e testemunho. O que é um apóstolo? É uma testemunha especial do Senhor Jesus Cristo, alguém que vê e fala com Ele pessoalmente, “face a face, como qualquer fala com o seu amigo” (Êxodo 33:11). Esteve aqui um homem como Moisés, Pedro, Paulo, Mateus, Tiago, João, Lucas, Marcos, Barnabé, Matias, Bartolomeu, Judas, Felipe e outros. Seu nome é Russel M. Nelson, ou Élder Nelson.

Sua palestra consistiu basicamente em responder nossas perguntas sobre doutrina do Evangelho. Eram tantos os que queriam perguntar que muitos ficaram sem vez, eu inclusive. Mas, depois de terminada a conferência, encontrei-o disponível por um segundo e aproveitei a oportunidade para lhe perguntar o que não tive chance durante a palestra, embora a resposta já me fosse conhecida: “O senhor conhece Jesus Cristo pessoalmente?” Eu sabia que a resposta seria “sim”, mas eu queria — e de certa forma precisava — ouvir a resposta vinda diretamente de sua boca.

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Minha Missão de Tempo Integral: Porto Alegre, julho de 1986

E eu lhes disse: Haveis perguntado ao Senhor?

E eles responderam: Não perguntamos, porque o Senhor não nos dá a conhecer estas coisas. (1 Néfi 15:8,9)

Nunca pensei que ficaria triste por ver uma escritura ser cumprida em mim. Mais uma vez, o exemplo de Néfi encaixou-se como uma luva em minha situação perante meus pais. Desta vez, manifestaram seu inconformismo com minha atitude de ter ido para a missão e disseram que queriam conhecer o que Deus pensa a respeito. Então fiz a eles a mesma pergunta que Néfi fez a seus irmãos incrédulos. Por incrível que pareça, a resposta foi idêntica à de Lamã e Lemuel, conforme transcrita acima.

Temo que o destino de meus pais venha a ser o mesmo que o dos irmãos de Néfi.

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Minha Missão de Tempo Integral: Porto Alegre, junho de 1986

Os missionários de meu distrito e eu
Os missionários de meu distrito e eu (à esquerda)

Nas entrevistas, o presidente da missão sempre me pergunta coisas sobre meu companheiro, minha família e sobre mim próprio. Conforme as respostas, dá conselhos sobre o que precisa ser melhorado. Mas não desta vez. Minhas respostas deixaram-no sem palavras. Houve um momento em que confessou: “Estou procurando algo para pegar no seu pé, mas não achei nada”. Segundo ele, eu estava tão perfeitamente encaixado em meus deveres que não havia necessidade de correções ou conselhos. Foram poucas as palavras, mas muitos os sentimentos. Prova disso foram as palavras com que concluiu nossa entrevista: “Continue crescendo, e continue sendo um exemplo”.

Até este ponto de missão já tive experiências espirituais fantásticas. Memoráveis. Mas nenhuma como a que aconteceu neste mês, quando recebi uma fantástica revelação em favor de um de nossos pesquisadores. Aliás, ele já foi motivo de diversas manifestações espirituais. Trata-se de um pai de família que nos era motivo de muitas orações e preocupações por ser alguém que, sabíamos, é muito especial para o Senhor, por algum motivo. Ele tem testemunho sobre a Igreja e a frequenta regularmente, mas, dezenas de visitas, palestras e orações depois, reluta em se batizar.

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Minha Missão de Tempo Integral: Porto Alegre, maio de 1986

Meu presidente de missão, eu e o Élder F. Burton Howard
Da esquerda para a direita: meu presidente de missão, eu e o Élder F. Burton Howard

Fiz aniversário neste mês e recebi muitos cumprimentos de pessoas que estamos ensinando e de membros da Igreja, dos quais ganhei um bolo. Mas a lembrança mais marcante foi a de meus próprios pais, cujo telegrama chegou junto com outros dois, um da esposa do presidente da missão e outro de vovó. Apesar da satisfação de saber que havia pessoas interessadas em mim, senti uma ponta de tristeza por estar distante de minha família.

Houve uma conferência com uma autoridade-geral da Igreja, o Élder F. Burton Howard. Ele nos ensinou uma imensidão de coisas relativas ao Livro de Mórmon e de como tirar dele lições práticas para a missão. Vi que não há melhor manual missionário que o Livro de Mórmon. Tomando os exemplos de Lamã, Lemuel, Sam e Néfi, comparou o comportamento de missionários de êxito e de fracasso numa inesquecível lição de conduta que pode ser resumida no seguinte quadro:

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Minha Missão de Tempo Integral: Porto Alegre, abril de 1986

Meu primeiro companheiro júnior e eu
Meu primeiro companheiro júnior e eu

Fui transferido no início do mês, ganhando o novo chamado de sênior que tanto queria. Ganhei também meu primeiro companheiro americano, Elder Bagley, que está há apenas dois meses na missão e no Brasil.

Logo deu para sentir o peso da responsabilidade de ser sênior. Dirigir o trabalho e tomar decisões não é fácil, especialmente quando o companheiro fala pouco o português. Carga e desgaste são maiores.

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