Esclarecendo o massacre de Mountain Meadows

Publicado em 14 de julho de 2008 e atualizado em 20 de dezembro de 2023

Já faz algum tempo que me sinto compelido a publicar algo que esclarecesse um triste episódio envolvendo membros da Igreja do Séc. XIX e que críticos da Igreja adoram usar contra ela.

O texto abaixo é uma tradução livre deste artigo, originalmente publicado na edição de setembro de 2007 da revista Ensign, às pgs. 14-21.

Meu desejo é o de que este artigo chegue aos olhos e corações de todos os interessados em conhecer a posição oficial da Igreja e compreendam que ela não tem motivos para desculpar-se por algo que não fez.

Como leitura adicional, sugiro esta notícia (em inglês) do Deseret News, que informa não terem sido descobertas evidências de que Brigham Young, presidente da Igreja na época, ordenou o massacre.


O Massacre de Mountain Meadows

Por Richard E. Turley Jr.
Diretor do Departamento de História e Família da Igreja

Este mês [setembro de 2007] marca o 150° aniversário de um terrível episódio na história de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Em 11 de setembro de 1857, cerca de 50 a 60 milicianos do sul de Utah, ajudados por aliados indígenas americanos, massacraram aproximadamente 120 emigrantes que viajavam em carroças para a Califórnia. O crime horrível, que poupou apenas 17 crianças de até seis anos, ocorreu em um vale montanhoso chamado Mountain Meadows, cerca de 35 milhas a sudeste de Cedar City. As vítimas, a maioria do Arkansas, estavam a caminho da Califórnia sonhando com um futuro brilhante.

Por um século e meio, o Massacre de Mountain Meadows tem chocado e angustiado quem toma ciência dele. A tragédia provocou profundo pesar nos parentes das vítimas, inflingiu dor e sentimentos de culpa coletiva nos descendentes dos perpretadores e nos Santos dos Últimos Dias em geral, provocou críticas contra a Igreja e levantou questionamentos dolorosos e difíceis. Como pôde isso ter acontecido? Como pôde ter havido participação de membros da Igreja em tal crime?

Dois fatos tornam o caso ainda mais difícil de compreender. Primeiro, nada que nenhum dos emigrantes aparentemente fez ou disse, mesmo que seja tudo verdade, chega perto de justificar suas mortes. Segundo, a grande maioria dos perpretadores levava uma vida decente e pacífica antes e depois do massacre.

Como qualquer episódio histórico, os fatos compreendendo os eventos de 11 de setembro de 1857 requerem compreensão das condições da época, mas apenas um breve resumo deles pode ser compartilhado em poucas páginas de um artigo nesta revista. Para uma leitura mais completa e documentada do evento, o leitor deve consultar o livro O Massacre de Mountain Meadows. [O livro, de autoria dos historiadores SUD Ronald W. Walker, Richard E. Turley e Glen M. Leonard, será publicado em breve pela Oxford University Press.]

Panorama histórico

Em 1857, um exército de cerca de 1500 soldados dos Estados Unidos marchava em direção ao Território de Utah, com mais que viriam em seguida. Nos anos anteriores, discórdias, falhas na comunicação, preconceitos e disputas políticas de ambos os lados criaram um crescente racha entre o território e o governo federal. Diante de tal retrospecto, é fácil ver que ambos os lados exageraram na reação — o governo enviou um exército para acabar com uma suposta traição em Utah e os membros da Igreja criam que o exército vinha para oprimi-los, compeli-los ou mesmo destrui-los.

Em 1858, esse conflito — posteriormente chamado de Guerra de Utah — foi resolvido através de uma conferência de paz e negociação. Uma vez que os milicianos de Utah e as tropas do exército dos EUA nunca chegaram a lutar em campo de batalha, a Guerra de Utah foi caracterizada como “sem sangue”. Mas a atrocidade em Mountain Meadows tornou-a longe de ser sem sangue.

Tal como as tropas estavam a caminho do oeste no verão de 1857, assim também estavam milhares de emigrantes. Alguns deles eram membros da Igreja convertidos indo para Utah, mas a maioria tinha a Califórnia como destino, muitos deles com grandes rebanhos de gado. A temporada de emigração trouxe muitas companhias de carroças a Utah, uma vez que os Santos dos Últimos Dias preparavam-se para o que acreditavam que seria uma invasão militar hostil. Eles já haviam sido violentamente expulsos do Missouri e de Illinois nas duas décadas anteriores e temiam que a história se repetisse.

Brigham Young, presidente da Igreja e governador do território, e seus conselheiros formaram políticas baseadas nessa percepção. Eles instruíram as pessoas a economizar grãos e a preparar-se para guardá-los nas montanhas caso precisassem fugir para lá quando as tropas chegassem. Sequer uma semente de grão deveria ser perdida ou vendida a mercadores ou emigrantes de passagem. As pessoas também estavam guardando munição e mantendo suas armas de fogo em ordem, e os milicianos do território foram postos em alerta para defender o território contra a aproximação das tropas, se necessário.

Essas ordens e instruções foram espalhadas para os líderes em todo o território. O Élder George A. Smith, do Quórum dos Doze Apóstolos, levou-as ao sul de Utah. Ele, Brigham Young e outros líderes pregaram ardentemente contra o inimigo que percebiam no exército que se aproximava e buscaram aliança com os índios para resistir às tropas.

Essas políticas de guerra exacerbaram as tensões e conflitos entre os emigrantes que iam em direção à Califórnia e os colonos Santos dos Últimos Dias conforme as caravanas passavam pelos assentamentos de Utah. Os emigrantes ficavam frustrados quando não conseguiam se reabastecer no território como esperavam. Tiveram dificuldades para comprar grãos e munição e seus rebanhos, alguns dos quais contendo centenas de cabeças de gado, tinham que competir com os rebanhos dos colonos pelo pasto e água limitados ao longo do caminho.

Algumas histórias tradicionais de Utah sobre o que ocorreu em Mountain Meadows incorporaram a alegação de que envenenamento também contribuiu para aumentar o conflito — os emigrantes do Arkansas teriam deliberadamente envenenado uma nascente e uma carcaça de boi próximos à cidade de Fillmore, no centro de Utah, causando doença e morte dentre os índios locais. De acordo com essa história, os índios enfureceram-se e seguiram os emigrantes até Mountain Meadows, onde teriam cometido a atrocidade sozinhos ou forçado hesitantes colonos Santos dos Últimos Dias a unirem-se a eles no ataque. A pesquisa histórica mostra que essas histórias não são precisas.

Embora seja verdade que parte dos rebanhos dos emigrantes estivesse morrendo ao longo do caminho, inclusive próximo a Fillmore, as mortes pareceram resultado de uma doença que afetou os rebanhos nas jornadas da década de 1850. Os humanos contraíam a doença dos animais infectados através de cortes, ferimentos ou pelo consumo da carne contaminada. Sem essa compreensão moderna, as pessoas suspeitavam que o problema tivesse sido causado por envenenamento.

A escalada da tensão

O plano de atacar a companhia de emigrantes foi originado dentre a liderança local da Igreja em Cedar City, que havia sido recentemente alertada de que as tropas federais poderiam entrar a qualquer momento através da passagem ao sul de Utah. Cedar City era a última cidade na rota para a Califórnia para o reabastecimento de grãos e suprimentos, mas ali também os emigrantes se frustraram. Produtos básicos não estavam disponíveis na loja da cidade e o dono do moinho cobrou um boi inteiro — um preço exorbitante — para moer algumas dúzias de medidas de grãos. Semanas de frustrações logo cobraram seu preço. Com a tensão crescendo, um dos emigrantes alegou possuir a arma que matou Joseph Smith. Outros ameaçaram unir-se às tropas federais contra os Santos dos Últimos Dias. Alexander Fancher, capitão da caravana dos emigrantes, repreendeu esses homens.

As afirmações daqueles homens muito provavelmente foram ameaças vazias feitas no calor do momento, mas, no ambiente em transformação de 1857, os líderes de Cedar City levaram as declarações daqueles homens a sério. O delegado da cidade tentou prender alguns dos emigrantes sob a alegação de intoxicação pública e blasfêmia, mas foi forçado a recuar. A companhia de carroças seguiu seu caminho para sair da cidade cerca de uma hora depois, mas os agitados líderes de Cedar City não estavam dispostos a deixar o assunto morrer. Planejaram chamar a milícia local para perseguir e prender os ofensores e talvez confiscar parte de seu gado. Carne e grãos faziam parte da comida que os Santos dos Últimos Dias pretendiam usar para sobreviver se tivessem que fugir para as montanhas quando as tropas chegassem.

O prefeito de Cedar City, o comandante da milícia e o presidente de estaca Isaac Haight descreveram o descontentamento contra os emigrantes e pediram permissão para chamar a milícia em um despacho expresso ao comandante distrital da milícia, William Dame, que vivia nas proximidades de Parowan. Dame era também presidente da estaca de Parowan. Após convencer um conselho a discutir o assunto, Dame negou o pedido. “Não dêem importância às ameaças deles”, escreveu ele no despacho de volta à Cedar City. “Palavras são como o vento: elas não injuriam ninguém. Mas se eles (os emigrantes) cometerem atos de violência contra os cidadãos, informem-me imediatamente e tais medidas serão adotadas para assegurar a tranquilidade”. [James H. Martineau, “The Mountain Meadow Catastrophy,” July 23, 1907, Church Archives, The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints.]

Ainda querendo punir os emigrantes, os líderes de Cedar City então formularam um novo plano. Como não podiam usar a milícia para prender os ofensores, persuadiriam os índios Paiute para darem à companhia do Arkansas uma “lição”, matando alguns ou todos os homens e roubando seu rebanho. [John D. Lee, Mormonism Unveiled: The Life and Confessions of the Late Mormon Bishop, John D. Lee (1877), 219.]

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O ataque foi planejado para uma parte da caravana para a Califórnia que fugiu por uma passagem estreita do cânion do Rio Santa Clara, várias milhas ao sul de Mountain Meadows. Essa área estava sob a jurisdição da milícia do Fort Harmony, liderada por John D. Lee, que foi convencido a participar do plano. Lee era também um “fazendeiro indígena” fundeado pelo governo federal para os índios Paiutes locais. Lee e Haight tiveram uma longa conversa durante a noite sobre os emigrantes, na qual Lee disse a Haight que acreditava que os Paiutes “matariam a todos, homens, mulheres e crianças” se fossem incitados a atacar. [Mormonism Unveiled, 220.] Haight concordou e os dois planejaram depositar toda a culpa pela matança aos pés dos índios.

Os normalmente pacíficos Paiutes relutaram quando foram apresentados ao plano pela primeira vez. Apesar de ocasionalmente assaltarem os estoques de emigrantes em busca de comida, não tinham tradição de ataques em larga escala. Mas os líderes de Cedar City prometeram-lhes uma pilhagem e os convenceram de que os emigrantes estavam alinhados com as tropas “inimigas” que matariam os índios junto com os colonos mórmons.

Em 6 de setembro, domingo, Haight apresentou o plano ao conselho de líderes locais que ocupavam posições eclesiásticas, civis e militares. O plano encontrou resistência dos que o ouviram pela primeira vez, produzindo um acalorado debate. Finalmente, o conselho de membros perguntou a Haight se ele havia consultado o Presidente Brigham Young a respeito. Respondendo que não, Haight concordou em enviar um mensageiro expresso a Salt Lake City com uma carta explicando a situação e pedindo orientação.

O cerco de cinco dias

Mas, no dia seguinte, pouco antes de Haight enviar a carta a Brigham Young, Lee e os índios fizeram um ataque prematuro ao campo de emigrantes em Mountain Meadows ao invés de no local planejado no cânion de Santa Clara. Vários dos emigrantes foram mortos, mas os que sobraram resistiram ao ataque, forçando um recuo. Os emigrantes rapidamente organizaram seus carroções em círculo, protegendo-se dentro dele. Dois outros ataques ocorreram nos dois dias seguintes dos cinco que durou o cerco.

Após o ataque inicial, dois milicianos de Cedar City, julgando ser necessário conter a volatilidade da situação, atiraram em dois cavaleiros emigrantes descobertos poucas milhas fora do círculo. Eles mataram um dos cavaleiros, mas o outro escapou e voltou para o círculo, levando a notícia de que os matadores de sua companhia eram homens brancos, não índios.

Os conspiradores foram apanhados em sua teia de enganos. Seu ataque aos emigrantes tinha falhado. Seu comandante militar logo saberia que eles tinham grosseiramente desobedecido suas ordens. Um despacho havia sido enviado a Brigham Young em Salt Lake City. Uma testemunha do envolvimento dos brancos havia espalhado a notícia dentre os emigrantes. Se os emigrantes sobreviventes fossem libertados e seguissem seu caminho para a Califórnia, logo se espalharia a notícia de que os mórmons estavam envolvidos no ataque. Um exército já se aproximava do território e, se a notícia de sua participação no ataque chegasse a eles, criam os conspiradores, resultaria em ação militar retaliatória que ameaçaria suas vidas e as vidas de seu povo. Além disso, esperava-se para qualquer dia a chegada de outras caravanas de emigrantes para a Califórnia em Cedar City e depois a Mountain Meadows.

Ignorando a decisão do conselho

Em 9 de setembro, Haight viajou a Parowan com Elias Morris, um dos dois capitães da milícia e seu conselheiro na presidência da estaca. Novamente, pediram permissão a Dame para convocar a milícia e, novamente, Dame reuniu o conselho de Parowan, que decidiu que homens deveriam ser enviados para ajudar os combalidos emigrantes a prosseguir em seu caminho em paz. Posteriormente, Haight lamentou: “Eu daria um mundo, se o tivesse, se tivéssemos sustentado a decisão do conselho”. [Andrew Jenson, notas da conversa com William Barton, Jan. 1892, arquivo Mountain Meadows, Jenson Collection, Church Archives.]

Ao invés, quando a reunião terminou, Haight e seu conselheiro encontraram Dame sozinho e compartilharam com ele informações que não tinham dito ao conselho: os emigrantes encurralados provavelmente sabiam que homens brancos estavam envolvidos nos ataques iniciais. Essa informação levou Dame, agora isolado do moderado consenso de seu conselho, a repensar sua decisão anterior. Tragicamente, ele cedeu. Quando a conversa terminou, Haight achou que tinha sua permissão para usar a milícia.

Na chegada a Cedar City, Haight imediatamente convocou duas dúzias de milicianos, a maioria policiais, para juntar-se aos que já esperavam próximo ao acampamento dos emigrantes em Mountain Meadows. Aqueles que haviam deplorado a violência contra seu próprio povo no Missouri e em Illinouis estavam agora prestes a virtualmente seguir o mesmo padrão de violência contra outros, mas em escala mortal.

O massacre

Na sexta-feira, 11 de setembro, Lee entrou no acampamento dos emigrantes com uma bandeira branca e, de certa forma, convenceu-os a aceitar termos perigosos. Ele lhes disse que a milícia os escoltaria em segurança na passagem pelos índios de volta a Cedar City, mas tinham que deixar para trás seus bens e entregar as armas, sinalizando aos índios suas intenções pacíficas. Os desconfiados emigrantes debateram o que fazer, mas, no fim, aceitaram os termos, já que não tinham alternativa melhor. Estavam sitiados há dias, com pouca água, os feridos estavam morrendo e não tinham munição suficiente para suportar mais um ataque.

Como combinado, as crianças mais novas feridas deixaram o acampamento primeiro, levadas em dois carroções, seguidos pelas mulheres e crianças que podiam andar. Os homens e garotos mais velhos ficaram por último, cada um escoltado por milicianos armados. A procissão marchou por cerca de uma milha até que, num sinal previamente combinado, cada miliciano virou-se e atirou no emigrante próximo a ele, enquanto os índios saíram de seus esconderijos para atacar as aterrorizadas mulheres e crianças. Os milicianos que acompanhavam os dois primeiros carroções mataram os feridos. Apesar dos planos de culpar os Paiutes pelo massacre — e dos persistentes esforços posteriores em fazê-lo —, Nephi Johnson depois susteve que seus companheiros milicianos foram responsáveis pela maior parte da matança.

Comunicado tardio

A mensagem expressa de resposta do Presidente Young a Haight, datada de 10 de setembro, chegou em Cedar City dois dias depois do massacre. Sua carta relatava notícias recentes de que não havia tropas do exército americano em condições de alcançar o território antes do inverno. “Portanto, vejam que o Senhor respondeu nossas preces e, novamente, evitou a desgraça concebida para cair sobre nossas cabeças”, escreveu ele.

“No que diz respeito às caravanas de emigrantes passando por nossos assentamentos”, prosseguiu Young, “não devemos interferir nelas antes de serem notificadas a seguirem seu curso. Vocês não devem se meter com elas. Esperamos que os índios façam o que acharem melhor, mas vocês devem tentar preservar um bom relacionamento com eles. Não há outras caravanas indo para o Sul, que eu saiba. (…) Os que estão lá devem deixá-los ir em paz. Apesar de precisarmos estar alertas e sempre prontos, devemos também possuir a nós mesmos com paciência, preservando-nos e tendo sempre em mente os mandamentos de Deus.” [Brigham Young to Isaac C. Haight, Sept. 10, 1857, Letterpress Copybook 3:827–28, Brigham Young Office Files, Church Archives.]

Quando Haight leu as palavras de Young, chorou como criança e só conseguiu dizer as palavras “tarde demais, tarde demais”. [James H. Haslam, entrevista por S. A. Kenner, relatado por Josiah Rogerson, Dec. 4, 1884, material impresso, 11, em Josiah Rogerson, Transcripts and Notes of John D. Lee Trials, Church Archives.]

Consequências

As 17 crianças sobreviventes, consideradas “novas demais para contar histórias”, foram adotadas por famílias locais. [John D. Lee, “Lee’s Last Confession,” San Francisco Daily Bulletin Supplement, Mar. 24, 1877.] Representantes do governo resgataram as crianças em 1859 e as devolveram aos membros de suas famílias no Arkansas. O massacre ceifou cerca de 120 vidas e afetou irremediavelmente as vidas das crianças sobreviventes e de seus parentes. Um século e meio depois, o massacre permanece sendo um assunto profundamente doloroso para seus descendentes e outros parentes.

Embora Brigham Young e outros líderes da Igreja em Salt Lake City tenham sabido do massacre logo após o ocorrido, a percepção da extensão do envolvimento dos assentados e os terríveis detalhes do crime só chegaram aos poucos ao longo do tempo. Em 1859, eles desobrigaram de seus chamados o presidente de estaca Isaac Haight e outros proeminentes líderes da Igreja em Cedar City que tiveram participação no massacre. Em 1870, excomungaram Isaac Haight e John D. Lee da Igreja.

Em 1874, um juri territorial acusou judicialmente nove homens por sua participação no massacre. A maioria deles eventualmente foi presa, embora apenas Lee tenha sido julgado, condenado e executado pelo crime. Outros acusados tornaram-se provas do Estado e outros ficaram foragidos da lei por muitos anos. Outros milicianos que participaram do massacre lutaram pelo resto de suas vidas contra um terrível sentimento de culpa e tiveram pesadelos recorrentes por causa do que fizeram e testemunharam.

As famílias dos homens que planejaram o crime sofreram com o ostracismo imposto por seus vizinhos ou com alegações de que maldições haviam caído sobre eles. Por décadas, os Paiutes também sofreram injustamente, pois muitos os consideravam culpados pelo crime, chamando-os e a seus descendentes de “quemiadores de carroções”, “selvagens” e “hostis”. O massacre tornou-se uma mancha indelével na história da região.

Hoje, alguns dos descendentes das vítimas do massacre e seus parentes são Santos dos Últimos Dias. Esses indivíduos estão em uma posição incomum, pois sabem como é ser um membro da Igreja e também um parente de vítima.

James Sanders é bisneto de Nancy Saphrona Huff, uma das crianças que sobreviveram ao massacre. “Ainda sinto dor; ainda sinto raiva e tristeza por causa do massacre”, disse o irmão Sanders. “Mas sei que as pessoas que fizeram isso responderão perante o Senhor e isso me traz paz”. O irmão Sanders, que serve como consultor de história da família em sua ala no Arizona, disse que saber que um ancestral seu foi morto no massacre “não afeta minha fé, pois ela é baseada em Jesus Cristo, não em nenhuma pessoa da Igreja”.

Sharon Chambers, de Salt Lake City, é bisneta da sobrevivente Rebecca Dunlap. “As pessoas que fizeram isso perderam seu rumo. Não sei o que havia em suas mentes ou em seus corações”, disse ela. “Sinto pesar pelo que aconteceu a meus ancestrais. Também sinto pesar pelo fato de haver quem culpe todo um grupo, ou toda uma religião, pelos atos de alguns”.

O Massacre de Mountain Meadows tem causado dor e controvérsia por 150 anos. Nas últimas duas décadas, os descendentes e outros parentes dos emigrantes e dos perpretadores têm às vezes trabalhado juntos para preservar a memória das vítimas. Esses esforços tiveram o apoio do Presidente Gordon B. Hinckley [décimo-quinto presidente da Igreja, falecido em janeiro de 2008], representantes do Estado de Utah e de outras instituições e indivíduos. Dentre os frutos dessa cooperação estão a construção de dois memoriais no local do massacre e a colocação de placas em homenagem aos emigrantes do Arkansas. Grupos de descendentes, líderes e membros da Igreja e autoridades civis continuam a trabalhar pela reconciliação e participarão de vários serviços memoriais neste mês em Mountain Meadows.

Leitura adicional recomendada: A Paz e a Violência entre os Membros da Igreja no Século 19

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78 comentários em “Esclarecendo o massacre de Mountain Meadows

  1. O melhor da vida é poder prestar TESTEMUNHO de coisas boas!!!

    É dedicar nosso tempo em levar as verdades, QUE SABEMOS SER VERDADES!!!

    É se ver diante de uma história, que tem dois pontos em conflito… Mas ao refletir que somente um estará certo…
    Ir em busca de orientação para sabermos a verdade, e não tirar conclusões pessoais e sair distribuindo opiniões críticas…

    Quero citar um exemplo…
    Na minha época de escola, conheci A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS, e ao compartilhar desse incrível encontro, um amigo, muito amigo meu, levou a revista da igreja dele, e passou para a classe inteira, e lá continha um artigo falando mal dA IGREJA DE JESUS CRISTO SUD… Semanas depois, ele levou outra revista e continha novamente, um outro artigo falando mal dA IGREJA… Como eu o considerava muito, e mesmo que não considerasse, adotei a postura dos ensimentos que obtive através dA IGREJA, do qual conhecí:
    * não desrespeite, não brigue, não fale mal, não critique, não seja leviano… Respeite e ame o próximo como a si mesmo…

    Como eu poderia dizer à eles que estava aprendendo a ser como Jesus Cristo, e como reação, iria falar mal de qualquer outro filho de Deus, outra religião… Ao invés de qualquer ato de discórdia… Eu me levantei e fui até a frente da classe e disse:
    – EssA IGREJA que conheci, não fala mal de nenhuma religião, e se alguém encontrar em uma de suas publicações oficiais, algum documento ou artigo assim, por favor, me mostrem… Pois uma Igreja que prega ser de Cristo, não poderia oficialmente ofender outro ser humano…

    Digo pois A IGREJA, antes que me digam: E os membros?!.

    Muitos aprendem e seguem, muitos ouvem e tentam, muitos escutam e se julgam não merecer tal ensinamento…

    HÁ PESSOAS E PESSOAS…
    Há aquelas que buscam ser melhores e promover o bem…
    Há aquelas que tanto faz…
    Há aquelas que vivem em função de promover discórdia…

    O que eu escolhi?

    Eu escolho defender MEU CRIADOR!!!

    O resto, deixo para QUE ELE MESMO JULGUE…

    Tudo o que aprendo, Oro para Ele, que me confirme tal doutrina e veracidade…
    Isso durante 13 anos, ainda oro, ainda pergunto…
    Não é fácil se deparar com assuntos como esse do Massacre, lendo os prós e os contras, mas…
    Quem Orou Para Saber O Que Deus Tem A Nos Falar???
    EU OREI!!!
    E você???

    A minha resposta eu obtive…
    E a Sua???

  2. Encontrei esse artigo através de uma busca e devo dizer que achei realmente muito esclarecedor. Contudo, gostaria de criticar alguns aspectos, não do texto, mas de alguns comentários.

    Caro Marcelo Todaro, achei muito interessante suas respostas aos comentarios negativos sobre o artigo que, apesar de muitos não entenderem, não era de sua autoria. Muitos não entenderam também que esse texto não eh imparcial e sim uma posição, por falta de palavra melhor, que você acredita ser verdadeira. Coisa que voce deixa bem claro antes da leitura do texto propriamente dito: “Meu desejo é o de que este artigo chegue aos olhos e corações de todos os interessados em conhecer a posição oficial da Igreja e compreendam que ela não tem motivos para desculpar-se por algo que não fez.”

    Li sobre vc e sei que é membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias há tempos e que em sua opinião este site é do “começo ao fim, dedicado a prestar testemunho das coisas que sabe serem verdadeiras.” Contudo, devo dizer, que você deveria corrigir a sentença acima para “dedico prestar testemunho das coisas que ACREDITO serem verdadeiras”.

    Em todos os artigos que li, não há nenhum que não expresse dúvidas sobre o ocorrido, e sobre a responsabilidade de Brigham Young no massacre. Então, a não ser que o senhor seja uma testemunha do ocorrido, o que creio ser impossível, não há como ter certeza sobre tais acontecimentos.

    Respeito sua opinião e ainda mais sua fé. Se houve ou não a participação de Brigham Young neste terrível episódio não creio que tenha sido intenção ninguém julgar mas sim de buscar a verdade.

    Sei que você é um homem muito articulado e tem uma habilidade ímpar em rebater comentários que julga serem negativos, prova disso são as respostas acima. Como você disse no comentario antes do texto os críticos da igreja “adoram” usar essa história como uma maneira de desacredita-la. Bom, digo a você, que apesar de acreditar que não foi sua intenção, em seus comentarios, você está fazendo coisa muito semelhante com aqueles que se mostram descrentes. Por mais que vc me diga para reler os comentarios acima, e devo concordar com o Luis neste aspecto, você quer que vejamos as coisas da sua maneira.

    Seria muito mais produtivo se você respondesse as críticas de maneira a gerar dúvidas sobre o assunto para que dessa maneira as opiniões fossem postadas e obtivessemos respostas mais produtivas. E não de maneira a influenciar alguém a pensar como você, postando fundamentos embasados em sua opinião e de pessoas que tenham o mesmo pensamento.

    Todos acreditamos em alguma coisa. Mesmo que seja que não exita um Deus. Ou existam vários. Mas nem por isso estamos certos. A fé é a capacidade de acreditar em algo que não podemos provar. Desrespeitar a opinião de alguém não torna a sua mais forte. Não há donos da verdade. Mas devo admitir que você age como um!

    Ja digo que em nenhum momento você foi rude, mas isso eh uma coisa totalmente diferente.

    Grata.

    1. Paula,

      Devo agradecer-lhe muito por ter se disposto a escrever seu comentário. É raro alguém vir a meu blog com ponderações equilibradas (mesmo que críticas) num texto bem escrito. Quem dera todos os críticos fossem como você, seria bem mais fácil dialogar com eles. Parabéns e, novamente, muito obrigado por enriquecer a discussão.

      As partes de seu comentário com as quais concordo (e são muitas) vou deixar de lado para ater-me apenas às discordâncias, que são, afinal, o que fomentam o debate.

      Li sobre vc e sei que é membro de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias há tempos e que em sua opinião este site é do “começo ao fim, dedicado a prestar testemunho das coisas que sabe serem verdadeiras.” Contudo, devo dizer, que você deveria corrigir a sentença acima para “dedico prestar testemunho das coisas que ACREDITO serem verdadeiras”.

      Não posso fazer isso, Paula, sem incorrer no risco de estar sendo desleal comigo mesmo e com o testemunho que recebi de nosso Pai.

      Deixe-me ver se consigo usar uma analogia que explique o que quero dizer:

      No recente episódio da morte do terrorista Osama Bin Laden, o governo paquistanês afirmou que não tinha idéia do paradeiro do foragido antes de saber que havia sido morto debaixo do próprio nariz. Sobre isso, acredito que os paquistaneses sabiam, sim, onde Bin Laden estava. É uma crença minha.

      Todos os dias em que o tempo está bom, vejo o céu da cor azul. Então eu SEI que é azul.

      Percebe a diferença entre coisas que creio e que sei?

      Quando eu disse que meu blog é dedicado a prestar testemunho de coisas que sei serem verdadeiras eu quis dizer isso mesmo: que SEI serem verdadeiras. Não é uma mera crença, é um conhecimento que tenho.

      Como adquiri esse conhecimento é outra história, mas que o tenho, tenho. Então não posso dizer que creio nessas coisas, pois não é caso.

      Esclarecido?

      Então, a não ser que o senhor seja uma testemunha do ocorrido, o que creio ser impossível, não há como ter certeza sobre tais acontecimentos.

      Há sim, Paula. Por dois meios:

      1. Meio histórico — não há qualquer evidência histórica da culpa de Brigham Young. Nenhuma. Zero. Nada. O que há são opiniões pessoais de autores que pretendem imputar-lhe culpa sem nenhuma evidência convincente. Pesquise os trabalhos desses autores e tente encontrar alguma prova irrefutável. Não achará nenhuma, só inferências, argumentos e documentos cuja autenticidade e legitimidade nunca foi provada.

      2. Meio espiritual — ninguém precisa consultar livros e doutores a respeito de coisas sobre as quais Deus tem interesse em Se pronunciar. Quando se trata de alguém que alega ser profeta de Deus, só Ele pode dizer se a presunção é legítima ou não. Assumindo que Deus é perfeito e não pode mentir, Ele não poderia dizer uma coisa a você e outra a mim. E a mim, quando perguntei, Ele confirmou que Brigham Young foi um legítimo profeta escolhido por Ele para representá-Lo na Terra. Isto posto, não há como assumir que Ele tenha mantido Brigham Young em seu posto, como fez, se tivesse sido culpado do derramamento de sangue inocente, que é um dos dois únicos pecados que, segundo as escrituras, não podem ser perdoados. Fosse Brigham Young culpado disso, ele teria sido prontamente removido por Deus de seu lugar. No entanto, não só Brigham Young liderou a Igreja de Jesus Cristo por quase meio século na condição de profeta, vidente e revelador autorizado a falar em nome de Deus como também deixou um legado espiritual impossível de ser negado como tendo sido inspirado por Ele. E aqui, novamente, não estou falando de coisas que quero crer serem verdadeiras, e sim de coisas que Ele pode (e efetivamente o faz) confirmar que são.

      Por tudo isso, afirmo ser possível, sim, ter certeza dos acontecimentos.

      Por mais que vc me diga para reler os comentarios acima, e devo concordar com o Luis neste aspecto, você quer que vejamos as coisas da sua maneira.

      Paula, você, o Luis e quem quer que seja pode receber uma confirmação espiritual da veracidade de qualquer coisa. Basta estar disposta a pagar o preço por isso, coisa que nem todo mundo está.

      Não quero que você veja as coisas à minha maneira, mas à de Deus. Pelo que já estudei e pelas confirmações espirituais que já recebi e sei terem vindo Dele, a maneira como vejo as coisas é a Dele. Não porque Ele tenha adotado minha maneira de vê-las, e sim o contrário. O estudo e a fé podem permitir-lhe estar em sintonia com a mente Dele. Eis porque afirmo as coisas que afirmo com tanta segurança.

      Todos acreditamos em alguma coisa. Mesmo que seja que não exita um Deus. Ou existam vários. Mas nem por isso estamos certos.

      Isso é muito bonito nos livros de filosofia, mas na prática não funciona assim. É preciso haver uma Mente Superior no comando de tudo, definindo o que é certo e errado sob o ponto de vista Dele. Do começo ao fim, meu blog presta-se a refletir esse ponto de vista, o qual deveria ser o único certo para toda a humanidade — a menos que admitamos que Deus pode estar errado em alguma coisa ou que haja alguém ou alguma coisa superior a Ele.

      A fé é a capacidade de acreditar em algo que não podemos provar.

      Depende do tipo de prova de que estamos falando. Se é prova material, tanto pode quanto não pode. Se é prova espiritual, essa é a que pode mesmo.

      Deus tem boca e fala. Não é um ser imaginário. É real e tão tangível quanto você e eu. Ele tem seus motivos para não Se mostrar publicamente (os quais compreendo perfeitamente), mas nem por isso deixa de ser real, próximo, alcançável e tangível. A questão é que a primeira prova disso que se pode obter é espiritual e só vem por meio da fé. Só depois — e às vezes bem depois — é se pode obter uma prova material, tangível. Mas para isso é preciso fazer as coisas à maneira Dele. O problema é que a grande maioria das pessoas não está disposta a isso e, por não quererem, afirmam não ser possível. Daí surge todo tipo de teorias e filosofias que tentam explicar Deus das formas mais absurdas, como a de que Ele é um ser imaginário ou tão distante que se torna impossível alcançá-lo ou que não se pode provar Sua existência. Tudo bobagem.

      As provas podem ser obtidas, sim. Basta querer.

      Não há donos da verdade. Mas devo admitir que você age como um!

      Bem, lamento e me desculpe se dei essa impressão. Se você soubesse o que sei, gostaria de ver você prestar seu testemunho disso sem parecer estar querendo dar uma de dona da verdade. Se você souber como fazê-lo, por favor, me ensine. 😉

      Um abraço!

      1. Ola Marcelo.

        Bom, não há como discutir sobre nossa crenças sem entrar em algum tipo de conflito não é mesmo?! rs! Parabéns pelo blog e por sua fé contagiante.

        Gostei muito de seus comentarios, mesmo não concordando com você em alguns aspectos. Mas isso não era mesmo o objetivo, não é?! Através do debate e do levantamento de dúvidas podemos melhorar o relacionamento das diferentes crenças, pois creio q se respeitarmos as de nossos semelhantes eles também respeitarão as nossas.

        Tudo de bom!

        1. Oi, Paula.

          Bom, não há como discutir sobre nossa crenças sem entrar em algum tipo de conflito não é mesmo?

          Bem, conflitos geralmente ocorrem quando há falta de respeito. Antes disso, são meras discordâncias. Podemos discordar sem entrar em conflito, como temos proveitosamente feito desde que você chegou. 🙂

          Um abraço!

  3. Caro irmão,

    Eu o respeito e o admiro, mesmo sem conhecê-lo pessoalmente…
    Muito inteligente…

    Amei todas as suas respostas…

    Você poderia comentar também os elogios… hehehe

  4. Espero que vc não se importe mas eu publiquei isso no wikipédia, para esclarecer pois estavam dizendo que a culpa foi dos menbros da igreja…
    Mas qualquer coisa pode entrar em contato.

    Pois eu não sei se precisaria de algum tipo de autorização…
    desde jah agradeço!

    1. Oi, Isabele.

      Foi só agora, três anos depois, que, relendo seu comentário, encontrei nele algo sobre o que preciso me manifestar.

      A culpa foi, sim, de membros da Igreja, daqueles que decidiram agir à revelia dos ensinamentos dela para tomar decisões equivocadas baseadas em seu próprio julgamento. Não há o que questionar sobre isso,

      O que há para questionar é a acusação de culpa que alguns fazem sobre a Igreja e sobre Brigham Young, uns dizendo que ele ordenou o massacre, outros que a Igreja deveria se desculpar por algo que não fez.

      Foi por isso que decidi traduzir o artigo da Ensign.

      Um abraço!

  5. Acabei de assistir um filme sobre o assunto e pelo que pesquisei na internet (brasileira e americana) , a historia por si só é absurda. O mais incrivel é saber que todos os criminosos , com exceção de um , ficaram livres e que a Igreja Mormon não assume nenhuma responsabilidade pelos atos dos seus seguidores , que agiam baseados em interpretações tortas de sua doutrina. Coisa de fanáticos. Deveriam ter sido presos e enforcados bem rapidamente .

    Nem vou entrar na discussão de se é tudo verdade ou não , qual a versão verdadeira , porque um massacre destes não tem justificativa alguma. É um genocidio . Mas apenas como adendo , fico imaginando se a situação tivesse sido inversa, quão grande seria a posição vitimista da citada igreja . É tudo uma questão de conveniencia. Algo bem humano .

    Isso mostra como fé cega demais leva as pessoas a cometerem selvagerias.Tudo em nome de Deus.

    1. Caro Emanuel,

      Aparentemente você escreveu seu comentário sem ter lido o artigo e os comentários anteriores ao seu. Então, por favor, leia o artigo com calma e atenção, do início a fim, e os comentários também. Depois disso você talvez compreenda que a Igreja não precisa se desculpar pelo que não fez, independente do que você tenha visto em algum filme.

      Do que você disse acima, concordo apenas com as partes em que diz:

      um massacre destes não tem justificativa alguma. É um genocidio.

      (…)

      fé cega demais leva as pessoas a cometerem selvagerias.

      Absolutamente verdadeiro.

      Mas você precisa compreender também que os perpretadores do massacre só o fizeram porque não seguiram as diretrizes da Igreja.

      E também não posso absolutamente concordar com isto:

      a Igreja Mormon não assume nenhuma responsabilidade pelos atos dos seus seguidores

      Claro que não assume e não é para assumir. Como membro da Igreja, o responsável por meus atos sou eu mesmo. Se eu matar ou roubar alguém, a Igreja não tem nada com isso, especialmente considerando que ela me ensina a NÃO fazer essas coisas! A Igreja não é minha mãe, dona ou patroa para se responsabilizar por meus atos.

      Um abraço!

  6. A história da humanidade nos ensina que não somos tão humanos como pensamos. Precisamos nos desenvolver, crescer, aprender. Este relato deste massacre só nos faz refletir de como o ser humano precisa crescer e evoluir. Hoje em dia vemos que a violência é crescente. E acredito que ela está cada vez mais madura. Guerras, conflitos, massacre, terrorismo, corrupção, dolo, drogas… Está aí para mostrar que precisamos de limites, precisamos tanto intidividual como coletivamente que precisamos saber usar o livre arbítrio melhor. Aprender com os erros. Aprender com os acertos. Somos seres educativos e como tal precisamo desenvolver a constância no aprendizado. Sem educação o ser humano se dezumaniza. E acredito que muitos grupos inclusive a Igreja está lutando para ajudar o ser humano a se humanizar. E humanizar é aprender a se aproximar de Deus na contribuição para uma sociedade mais justa, e cheia de oportunidades para todos.

  7. Marcelo Todaro,

    Se os seus inimigos e os da igreja citam fontes que vc desqualifica, por que querer que os outros aceitem suas fontes? Todas as suas fontes são favoráveis e produzidas por gente da igreja.Vc queria o quê , isenção? Isso é impossível rapaz,se vc tivesse a mínima noção de hemenêutica perceberia o que não percebeu, é claro.Textos têm que ser interpretados à luz da história e não das paixões dos que acusam e dos que defendem, não vai ser com textos produzidos por gente que está na folha de pagamentos da igreja que vc irá convencer. Cite uma fonte, apenas uma, de pesquisador ou historiador que endosse sua ( da igreja) versão e terá alguma crediblidade, no mais… Não é infundada a crítica, houve uma matança, dentro de um território governado por um líder mórmom que se culpado,cúmplice e inocente, não sei, o que não dá prá aceitar é que alguém queira empurrar guela abaixo uma versão que só interessa aos mórmons. E as vítimas, não lhe causa nenhum sentimento de pesar? Vc se apressa em defender a igreja e se esqueceu das vítimas, Graaaande espirito cristão o seu, heim? Suas fontes “isentas”:
    [O livro, de autoria dos historiadores SUD Ronald W. Walker, Richard E. Turley e Glen M. Leonard, será publicado em breve pela Oxford University Press.];[Andrew Jenson, notas da conversa com William Barton, Jan. 1892, arquivo Mountain Meadows, Jenson Collection, Church Archives.];[James H. Haslam, entrevista por S. A. Kenner, relatado por Josiah Rogerson, Dec. 4, 1884, material impresso, 11, em Josiah Rogerson, Transcripts and Notes of John D. Lee Trials, Church Archives.]

    1. Caro Luís,

      Aparentemente você não leu (ou não entendeu) meus comentários, acima. Então não me resta alternativa senão repetir o que já escrevi.

      Se os seus inimigos e os da igreja citam fontes que vc desqualifica, por que querer que os outros aceitem suas fontes?

      Por favor, mostre onde foi que eu desqualifiquei as outras fontes. O que eu disse é que há gente que chega aqui nos chamando de mentirosos citando fontes que mostram apenas um dos lados da moeda, então questionei essa atitude perguntando por quê só esse lado pode ser verdadeiro e o outro não. Infelizmente, você fez a mesma coisa, então meu questionamento vale para você também.

      Como qualquer crítico, você quer porque quer que só a versão de vocês seja verdadeira, dizendo que ela é que contém a “verdadeira história” e que é nela que todos devem acreditar. O detalhe é que isso é o mesmo que pedir aos nazistas que contem a história dos judeus, ou buscar a “verdadeira história” do catolicismo com os evangélicos pentecostais. Não é uma atitude muito inteligente, concorda?

      Todas as suas fontes são favoráveis e produzidas por gente da igreja.

      Falso. Caso tenha a fineza de reler o artigo e meus comentários, talvez note que está escrito que essa versão da história baseia-se no trabalho de historiadores de fora da Igreja também.

      se vc tivesse a mínima noção de hemenêutica perceberia o que não percebeu, é claro.

      Ué, por que isso só se aplica a mim e não a você também? Por que só você é que pode estar certo e nós não?

      não vai ser com textos produzidos por gente que está na folha de pagamentos da igreja que vc irá convencer.

      Eu desafio publicamente você a provar o que disse: que os textos foram produzidos “por gente que está na folha de pagamento da igreja”.

      Vamos lá, estou esperando.

      Cite uma fonte, apenas uma, de pesquisador ou historiador que endosse sua ( da igreja) versão e terá alguma crediblidade.

      A biblioteca de história da Igreja em Salt Lake City está repleta delas, fique à vontade para ir lá pesquisar.

      E, antes que diga mais alguma abobrinha, não, lá não há só fontes de gente da Igreja e há de gente de fora também. Você saberia disso se fosse lá olhar.

      o que não dá prá aceitar é que alguém queira empurrar guela abaixo uma versão que só interessa aos mórmons.

      Falso. Se isso fosse verdade, muitos dos descendentes das vítimas do massacre não estariam se congraçando com a Igreja hoje.

      E as vítimas, não lhe causa nenhum sentimento de pesar?

      Já respondido acima.

      Agora, repetindo o que já foi dito antes:

      A história da Igreja está publicada em diversas obras de historiadores respeitados, sejam membros da Igreja ou não, e está toda à disposição do pesquisador imparcial na biblioteca da Igreja em Salt Lake City. E, novamente, eu desafio você a provar que elas foram escritas apenas por gente que “está na folha de pagamento da Igreja”. Boa sorte.

      Por que só a versão dos críticos pode ser verdadeira e a nossa não? Se ler o texto do artigo acima com a devida imparcialidade, sem o viés antimórmon típico dos críticos, talvez consiga perceber que o trabalho de pesquisa dos fatos inclui a participação de historiadores não mórmons. Hoje em dia, os descendentes das vítimas congraçam-se com a Igreja ao invés de culpá-la. Será que toda essa gente está “mentindo” só porque você optou (sem nenhuma razão justa) por não acreditar na versão deles?

      Um pouco de imparcialidade não faz mal a ninguém.

      Espero que perceba que não há ninguém tentando justificar o injustificável. Os homens responsáveis pelo massacre de Mountain Meadows só perpretaram seus intentos malignos porque não seguiram os ensinamentos da Igreja e os mandamentos de Deus. O que estamos tentando mostrar é que, de acordo com os historiadores, não há qualquer evidência de que o massacre tenha ocorrido por ordem de Brigham Young ou com sua conivência.

      Faça um favor a si mesmo: leia o meu artigo (pois você seguramente não o leu) com calma e atenção e veja que as coisas podem não ser como você prefere crer que sejam. Certamente os historiadores e descendentes das vítimas do massacre que hoje se congraçam com a Igreja não acham a história inconsistente e inverossímil. Você tem todo direito de duvidar dela, mas, ao não apresentar nenhuma prova em contrário, não está fundamentando seu ceticismo em fatos concretos. Portanto, sua crítica é vazia.

      O bom de tudo isso é que ninguém precisará ter dúvida por muito mais tempo. Muito em breve o Milênio será iniciado e então todos saberemos quem tinha razão. No que me diz respeito, não estou minimamente preocupado em descobrir que a Igreja está mentindo ou ocultando fatos, pois sei que isso é algo impossível de acontecer, por mais que todos os críticos do mundo digam o contrário. Felizmente, não dependo dos críticos para receber revelação de Deus.

      Um abraço!

      1. Caro Marcelo:

        Sim, eu li o seu texto, talvez o que tenha te irritado é que eu não entendi o que você queria que eu entendesse. Não queira que todos os seus leitores concordem sempre como o que você escreve e nem considere todos como anti-mórmons ou inimigos, até parece coisa de ressentido ou de gente que tem mania de perseguição. E outra coisa pare de dizer nos seus comentários que o que falo é falso, é minha opinião e merece ser respeitada e não necessariamente aceita, isso é desqualificar minhas fontes, ou não?
        Deu no Nem York Times, um dos mais respeitado jornal dos EUA e do mundo. Pelo que sei não é uma fonte anti-mórmon. Esta lá na coluna “Opinion” o texto fala que historiadores, incluindo mórmons e não mórmons, indicam há culpa sim de líderes da igreja no massacre e não somente da milícia mórmon e do Sr. John D. Lee. Também registra que alguns familiares do único culpado que foi julgado e fuzilado e teve seu nome manchado, contrariando suas afirmações, querem que a igreja assuma a responsabilidade que lhe cabe nesse lamentável episódio. http://www.nytimes.com/2003/05/24/opinion/a-utah-massacre-and-mormon-memory.html?scp=1&sq=meadows+massacre&st=nyt
        Como percebo não é um caso esclarecido e nem pacificado, e que não vai ser resolvidos com uma simples consulta a bibliotecas ou arquivos da igreja mórmon. Entendo o seu interesse em defender a causa mórmon e seus líderes, não o condeno por isso, você faz seu papel de forma valente.
        “Eu desafio publicamente você a provar o que disse: que os textos foram produzidos”, “por gente que está na folha de pagamento da igreja”.
        Desafio aceito publicamente.É como tirar doce da boca de criança. Vamos lá Marcelo me responda então, por acaso esse Sr. Richard E. Turley Jr.Diretor do Departamento de Família e História da Igreja é o que,médico ou HISTORIADOR? Pago por quem? Pelo sanatório ou pela A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias?Para “esclarecer” ou para livrar a cara dos líderes da igreja? Não seja apressado em sacar contra seu opositor, o tiro pode sair pela culatra.
        Espero que seja publicado.

        1. Luis,

          Em primeiro lugar, não estou irritado. Eu não quis dar essa impressão. O que estou é insistindo no ponto de demonstrar a incoerência de se optar por acreditar que só a versão dos críticos é que pode ser verdadeira e a nossa não.

          Isto posto, vamos ao que você disse:

          pare de dizer nos seus comentários que o que falo é falso, é minha opinião e merece ser respeitada e não necessariamente aceita, isso é desqualificar minhas fontes, ou não?

          Não. Suas afirmações contém equívocos que precisam ser corrigidos, como a de que “todas as suas fontes são favoráveis e produzidas por gente da igreja”. Não é verdade (portanto, é falso). Historiadores de fora da Igreja também chegaram à mesma conclusão. Dizer que uma afirmação dessas é falsa de forma alguma representa uma falta de respeito para com você. Se assim não fosse, isso lhe daria carta branca para dizer o que quisesse e, em nome do respeito, ninguém poderia dizer que é falso. Não é por aí.

          Quando digo que uma afirmação sua é falsa, não estou querendo dizer que foi feita de má fé, e sim que simplesmente está errada. Só isso. Não é motivo para ficar ofendido.

          Deu no Nem York Times, um dos mais respeitado jornal dos EUA e do mundo. Pelo que sei não é uma fonte anti-mórmon. Esta lá na coluna “Opinion” o texto fala que historiadores, incluindo mórmons e não mórmons, indicam há culpa sim de líderes da igreja no massacre e não somente da milícia mórmon e do Sr. John D. Lee. Também registra que alguns familiares do único culpado que foi julgado e fuzilado e teve seu nome manchado, contrariando suas afirmações, querem que a igreja assuma a responsabilidade que lhe cabe nesse lamentável episódio. http://www.nytimes.com/2003/05/24/opinion/a-utah-massacre-and-mormon-memory.html?scp=1&sq=meadows+massacre&st=nyt

          Não sei se você leu o artigo, mas eu li, do começo ao fim. Por isso, posso identificar alguns erros no que você disse:

          1. O artigo todo foi escrito baseado na opinião de um só homem: Geoffrey Ward, autor de um livro sobre o tema no qual dá a versão dele da história. Portanto, não é verdade que “historiadores [no plural], incluindo mórmons e não mórmons” indicam culpa de líderes da Igreja. Essa é a opinião de uma única pessoa, conforme relatada no artigo.

          2. Sobre John D. Lee, se você consultar os documentos originais, verá as confissões dele nos julgamentos que sofreu (presentes nos arquivos da Law School da UMKC e até nos arquivos da PBS). Nelas, encontrará que ele também dizia que Brigham Young recebia revelação direta de Deus para amaldiçoar os inimigos dos mórmons e que o amaldiçoou e o excomungou porque foi contra Young. Em todos eles, fez-se de completa vítima, nunca assumindo que desobedeceu seus líderes em várias instâncias. Suas declarações foram negadas até mesmo por outros acusados, culpados de assassinato como ele (ou não), e sua execução foi feita fora da jurisdição da Igreja. Os documentos, muitos deles originais, estão disponíveis também na nova LDS Church History Library em Salt Lake City. Vá lá olhar.

          Por tudo isso, era de se esperar que os descendentes de Lee estejam exigindo uma retratação da Igreja. Eles são parte interessada nisso, pois, na opinião deles, Lee foi injustiçado. Mas note que, no nordeste brasileiro, os descendentes do cangaceiro Lampião também acham que ele foi injustiçado e há um bocado de gente que o idolatra e venera. Mas isso não o torna menos bandido só por ter sido transformado em herói e mártir por alguns. O megatraficante colombiano Pablo Escobar também era o herói de muita gente de bem a quem ele ajudava.

          Além do mais, tenha em mente que a maioria dos descendentes do massacre hoje se congraça com a Igreja e não exige dela retratação alguma por compreenderem que ela não teve culpa alguma no ocorrido. A Igreja não precisa se desculpar pelo que não fez.

          Desafio aceito publicamente. É como tirar doce da boca de criança. Vamos lá Marcelo me responda então, por acaso esse Sr. Richard E. Turley Jr.Diretor do Departamento de Família e História da Igreja é o que,médico ou HISTORIADOR? Pago por quem? Pelo sanatório ou pela A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos dias?Para “esclarecer” ou para livrar a cara dos líderes da igreja? Não seja apressado em sacar contra seu opositor, o tiro pode sair pela culatra.

          Acho que houve um mal entendido aqui. O desafio que lhe lancei não foi para provar que Richard Turley é funcionário da Igreja. Disso o mundo todo sabe.

          Repetindo pela enésima vez: o trabalho de pesquisa desse tema inclui a participação de vários historiadores de dentro e de fora da Igreja. O que Turley fez foi fazer uma compliação disso tudo, devidamente documentada e referenciada, e escrever seu próprio livro (leia um relato de como ele realizou esse trabalho no link para o artigo do Deseret News que incluí no início de meu artigo). O desafio que lancei a você foi o de provar que essa gente toda (não Turley) está na folha de pagamento da Igreja, como supõem alguns que acham que só porque esses pesquisadores não encontraram evidências de culpa em Brigham Young é porque foram pagos pela Igreja para escrever isso.

          Esclarecido?

          Agora quero que pondere sobre o seguinte (não precisa responder [até porque não quero me estender nessa discussão, que já está ficando chata], basta que pense consigo mesmo): por que só a versão dos críticos pode ser verdadeira e a nossa não?

          Um abraço!

    1. Caro Israel,

      Sua pressa em nos criticar não o está deixando raciocinar.

      O que provocou violência e discriminação no caso do Massacre de Mountain Meadows não foi a religião, e sim o orgulho de homens pecadores que não agiram conforme foram ensinados na Igreja.

      No artigo do seu link, a jornalista Cíntia Cristina da Silva afirma que, segundo Sally Denton (autora do livro), o massacre foi ordenado por Brigham Young, mas não apresenta nenhuma prova disso. Fazer acusações vazias é fácil, né?

      Permita-me mostrar-lhe o que é realmente imparcial:

      Há uma evidência história que nem Sally Denton nega: a existência da carta de Brigham Young ordenando que se deixasse a caravana de imigrantes seguir em paz. Curiosamente, Cíntia diz que Brigham Young teria ordenado o ataque. Mas como, se a própria Sally reconhece a existência da carta ordenando que se deixasse a caravana em paz? Quem está mentindo, Sally ou Cíntia?

      E você ainda chama isso de “texto imparcial”? Tenha dó, né?

      Você diz que o texto é imparcial só por estar de acordo com sua infundada vontade de criticar a Igreja sem nenhum embasamento para tal.

      Faça um favor a si mesmo: leia o meu artigo (pois você seguramente não o leu) com calma e atenção e veja que as coisas podem não ser como você prefere crer que sejam.

      Um abraço!

  8. Irmão Todaro!

    Parabéns pelo trabalho que tiveste em traduzir tal matéria, a fim de esclarecer os menos informados sobre este tema.

    Alguém aí atrás postou que a igreja acoberta sua história. Convém revelar aqui que as toneladas de livros, diários, periódicos contendo a história da Igreja SUD e de seus líderes estão à disposição de quem quiser nas bilbiotecas da Igreja em Salt Lake City. Quem tem tempo o bastante para criar e atualizar sites infindos com material anti-mórmon, deveria fazer uma economia, comprar uma passagem para Salt Lake para avaliar de perto, na fonte, a verdade da história mórmon. Tenho certeza de que tal indivíduo gastaria praticamente só a passagem, porque encontraria uma família que o acolheria de graça e ainda levaria diariamente à biblioteca, além de o alimentar durante o tempo que fosse necessário, demonstrando o que é o puro amor de Cristo.

    Digam o que quiserem, difamem o quanto quiserem difamar, mas uma coisa ninguém pode negar: a verdade está a disposição de qualquer um!

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