Publicado em 14 de março de 2024 e atualizado em 1 de maio de 2024
O imaginário popular costuma interpretar o termo anticristo como sendo uma figura que surgirá antes da segunda vinda de Jesus Cristo. Na tradição cristã, o anticristo é frequentemente entendido como um líder enganador que exercerá domínio mundial e causará grande sofrimento.
Essa interpretação é baseada em diversas passagens bíblicas (desnecessário citá-las aqui) nas quais faz-se referência ao anticristo conjugando-se os verbos na terceira pessoa do singular. Daí as pessoas entendem que se trata de uma figura individual maligna e rapidamente o imaginam como uma disfarçada encarnação de Satanás.
Para a decepção dos catastrofistas apocalípticos de plantão, o anticristo está bem longe disso.
Ainda que haja líderes atuando dentro e fora das esferas do poder civil e militar causando todo tipo de sofrimento, a interpretação do termo anticristo é algo bem mais amplo.
Anticristo na verdade é todo aquele ou tudo aquilo que, aberta ou secretamente, se oponha a Cristo — daí o termo. Lúcifer é o maior dos anticristos, mas ele tem muitos seguidores, tanto dentre os seres espirituais quanto dentre os mortais. E dentre os mortais há muitos que seguem e apóiam as obras de Lúcifer sem nem se darem conta disso — aquele ditado “de boas intenções o inferno está cheio” não existe por acaso. Isso inclui os líderes civis e militares responsáveis pelo sofrimento de muitos, mas não se restringe a eles.
O termo, portanto, deve ser entendido não apenas como se referindo a uma pessoa ou grupo de pessoas, mas também — e principalmente — a uma atitude: a de violar os mandamentos de Deus. Essa é a causa de todo sofrimento e a raiz de todas as mazelas sociais do mundo.
O anticristo não é obra dos tempos modernos e existe desde que o mundo é mundo. A diferença é que, graças à própria iniquidade, a humanidade nunca permitiu que o anticristo agisse tão livremente quanto tem permitido hoje em dia.
Não faz diferença se a violação dos mandamentos é voluntária ou não, o resultado é o mesmo. Toda vez que o fazemos, estamos agindo como anticristos (a extensão de nossa responsabilidade nisso é outra história).
Lúcifer, nosso inimigo e o maior dos anticristos, é o maior interessado nisso e é quem está por trás de todo o sofrimento causado por nosso orgulho e rebeldia, pois “ele procura tornar todos os homens tão miseráveis como ele próprio” (ver 2 Néfi 2:27).
Devemos temer o anticristo? Só se tivermos consciência de nossa culpa, ou se adotarmos a atitude “tudo vai bem em Sião” (ver 2 Néfi 28:20), e nada fizermos a respeito — acredite, há muita gente que age assim.
O escudo protetor contra o risco representado pelo anticristo é a retidão pessoal decorrente da obediência aos mandamentos de Deus. Em Sua infinita misericórdia, nosso Pai Celestial nos dá a chance de sair da zona de risco, mas a iniciativa deve ser nossa. Como Ele mesmo disse:
Eu, o Senhor, estou obrigado quando fazeis o que eu digo; mas quando não o fazeis, não tendes promessa alguma. (D&C 82:10)
Ninguém pode querer mudar a sociedade antes de mudar a si mesmo. Não sabe por onde começar? Eis aqui um bom ponto de partida. Se precisar de ajuda, conte comigo. 😉
Vivemos atualmente uma guerra de narrativas e ganha a narrativa mais recheada do politicamente correto. A fala de Cristo era simples, Ele falava de coisas simples e conseguia tocar as bases da alma humana.
Seu texto não alardeou e não provocou pânico como os dos profetas do Apocalipse!
Obrigado pelo comentário, Lígia. Não transmiti ao texto um medo que não tenho. E note que já houve quem tentasse dar um tom sombrio ao assunto no comentário logo abaixo, mas esse foi por viés político. A sobrevivência de algumas ideias se alimenta de mentiras e teorias conspiratórias, as mesmas dos religiosos que crêem numa reencarnação de Satanás como explicação para o anticristo. Daí é como sempre digo, no último dia vamos ver quem tinha razão. 😉
Um abraço!
Uma opinião não muito fundamentada, mas todos temos direito a opiniões. Concordo com o dito, mas acho que vai mais além. Vai haver uma época no futuro, talvez bem próxima, onde o anticristo terá uma organização com mais força e objetivo, causando muitos males e enganando a muitos.
Engraçado, Márcio. Você diz que minha opinião não é fundamentada, mas qual é o fundamento da sua? Eu citei escrituras e o Guia de Estudo das Escrituras, mas você não citou nada, então por que sua opinião merece mais crédito que a minha?
Não merece, Marcelo. O que ele fez foi o velho “faça o que digo, não o que faço”. Todo mundo sabe que nome isso tem.
Essa opinião dele é típica dos que adoram uma teoria conspiratória. Deve ser adepto daquele bem conhecido viés político que é chegado nisso.
Triste…