Racismo, discriminação e preconceito: por que é tão difícil combater

Publicado em 22 de janeiro de 2024 e atualizado em 13 de fevereiro de 2024

A questão do racismo, da discriminação e do preconceito tem ganhado destaque e urgência. Não está restrita a uma comunidade, cultura ou religião específica, mas afeta todas as áreas da sociedade, inclusive uma certa casta de pessoas que professa crença num Deus que abomina essas atitudes e dentre a qual elas não deveriam existir.

Mesmo dentre meus irmãos de fé, pertencentes à mesma Igreja da qual faço parte, não é raro ver alguns adotando posturas reprováveis e contrárias àquelas que se espera de quem se diz comprometido com o Evangelho de Jesus Cristo.

Sejam ou não da Igreja, sempre me perguntei qual é o problema dessas pessoas.

Essa questão está profundamente enraizada na sociedade, perpetuada por sistemas e estruturas construídos ao longo de eras. É frequentemente alimentada por preconceitos inconscientes, tornando-a difícil de ser erradicada.

Vejo a mídia tentando desempenhar um papel na sensibilização para essa questão, mas não acho que massificar o tema esteja realmente contribuindo para a solução do problema. A mídia costuma retratá-lo de maneira simplista, sem abordar a profunda e complexa ancestralidade da questão. A mim parece que o que está conseguindo é apenas perpetuar estereótipos e divisões.

Falando em ancestralidade, tenho motivos para crer que parte do problema vem da pré-mortalidade — aquele período de nossa existência anterior à nossa chegada a este mundo. Se analisarmos o que sabemos a respeito desse período, talvez obtenhamos algumas respostas.

Sabemos que éramos livres para usar nosso arbítrio lá tal como somos aqui e que recebemos nossas primeiras lições preparatórias naquele mundo dos espíritos. Então faz sentido supor que alguns eram melhores alunos e evoluíram mais que outros, exatamente como ocorre aqui.

Dentre os que optaram por não aprender e evoluir tanto quanto poderiam, houve quem se entregasse a essas atitudes reprováveis. (Você acha que aquele mundo é formado apenas por gente perfeitamente ajustada e evoluída só porque ainda são espíritos? Sabe de nada, inocente…)

Já na mortalidade, alguns evoluíram e emendaram seus modos. Eu mesmo me encaixo nisso. Quando menino, eu me divertia com piadas e atitudes racistas, preconceituosas e discriminatórias. Minha imaturidade não me permita ter noção do que fazia. Mas com o tempo e, especialmente, com a fusão do Evangelho de Jesus Cristo ao meu DNA, aprendi que aqueles que eram alvo da minha diversão mereciam tanto respeito e consideração quanto eu. Na verdade repeti a atitude de Paulo:

Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. (1 Coríntios 13:11)

Mas outros não agem assim e optam por permanecer meninos por um longo tempo, até pela mortalidade toda, influenciados pelos traços de personalidade trazidos da pré-mortalidade dos quais não querem se libertar. Por isso vemos as atitudes racistas, preconceituosas e discriminatórias que estamos comentando. E não é o fato de alguns serem membros da Igreja que os exime dessa culpa, ainda que devesse — não vou repetir aqui tudo que a Igreja ensina sobre isso, mas cito D&C 38:24-27 como um singelo e severo lembrete.

Como se conserta esse problema? A resposta simples é: educação.

Vou deixar que mestres e doutores em pedagogia, sociologia e políticas educacionais se engalfinhem no árido e estéril debate sobre como resolver esse problema neste mundo, mas, sem querer ser pessimista, adianto que o problema não será resolvido neste mundo e desejo sorte a quem quiser tentar.

Vou falar apenas do que sei sobre onde está o âmago da questão e sobre como será resolvida. Aqui cito as proféticas palavras do Élder Wilford W. Andersen no artigo Religião e Governo, cuja leitura do artigo completo recomendo fortemente:

As únicas soluções reais para os muitos problemas graves que o mundo atual enfrenta são espirituais, e não políticas ou econômicas. O racismo, a violência e os crimes de ódio, por exemplo, são problemas espirituais, e sua única solução real é espiritual.

Ou seja, a raiz de todas as mazelas sociais é a falta de viver o que Jesus Cristo ensinou — não da boca para fora, mas de todo coração, poder, mente e força. Não consegue? Peça socorro em oração, depois dê o melhor de si. Ninguém mais que Ele está interessado e desejoso em ajudar. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.

E a solução perfeita e definitiva virá, como também disse o Élder Andersen:

Um dia o Salvador vai voltar. É Seu direito governar e reinar como Rei dos reis e nosso grande Sumo Sacerdote. Então, o cetro do governo e o poder do sacerdócio se tornarão um só.

Se o conserto de que o mundo precisa é Jesus Cristo, é exatamente o que vai ter. Quem não acredita, é só esperar pra ver. Tome suas pílulas, será emocionante! 😉

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3 comentários em “Racismo, discriminação e preconceito: por que é tão difícil combater

  1. Marcelo, você tem algum artigo ou material de estudo sobre o fato de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias ter negado permissão aos negros para receber e exercer o sacerdócio e participar nas ordenanças do templo desde a época do Presidente Brigham Young até a época do Presidente Spencer Kimball, mesmo quando as leis americanas já haviam abolido a escravidão nos Estados Unidos?

  2. Excelente abordagem, e concordo, a raiz da questão é muito mais antiga e, como disse em comentário anterior no grupo do Facebook, a forma que você, quando criança ou jovem, é ensinado principalmente através da pratica fica no caráter do indivíduo como opinião e como ensinamento aos filhos e netos, e assim se perpetua o ensinamento aprendido, sendo ele qual for, doutrina, opinião, sugestão ou o que quer que seja do passado.

    Enorme desafio hoje em dia essa situação ser alterada na natureza humana de cada indivíduo.

    O alerta vem também quando aprendemos que a natureza humana do homem após Adão não é a de Deus quando se trata de conduta e os mandamentos a serem seguidos, linha tênue a que separa a libertinagem dos sagrados ensinamentos onde nessa escolha surge as acusações de discriminação, preconceitos etc.

    Aí o incentivo dos discursos da liberdade religiosa com a law society da BYU etc.

    Esse com certeza é um dos maiores desafios por estarmos na terra para aprendermos e continuarmos progredindo espiritualmente no infinito ao recebermos nosso galardão sendo exaltados pela graça do sacrifício de Jesus Cristo.

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