O dilema da mentira conveniente e da ignorância como arma política

Tenho um amigo que gosta de compartilhar conteúdo de viés político-partidário. Num país politicamente polarizado como o nosso, esse conteúdo prolifera como câncer em paciente terminal.

Que se faça propaganda política não é o que me incomoda. O que me incomoda é que esse conteúdo está infestado de mentiras. Elas acabam sendo engolidas como verdade por quem não tem a iniciativa de conferir. É assim que se manipula a opinião pública.

A questão é: as pessoas que compartilham mentiras sabem o que estão fazendo?

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Da Terra plana às vacinas: o negacionismo e suas implicações sociais e espirituais

O negacionismo, em geral, refere-se à prática de negar uma realidade como meio de escapar de uma verdade desconfortável. Ele se manifesta em vários contextos, como na negação do holocausto, do aquecimento global, da eficácia das vacinas, Terra plana, etc. Nas estratégias negacionistas há a instrumentalização da dúvida para provocar desconfiança na Ciência.

Freud definiu a negação como um mecanismo psicológico que tem a finalidade de reduzir qualquer manifestação que possa colocar em perigo a integridade do ego do sujeito. Em outras palavras, a Psicanálise vê o negacionismo como uma forma de defesa psicológica na qual a pessoa nega uma realidade desconfortável para proteger seu ego.

O negacionismo ignora evidências científicas em favor de crenças pessoais, ideologias e interesses políticos. Exemplo disso é a fala do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP): no auge da pandemia de Covid-19, falou em “enfiar a máscara no rabo” (palavras dele) em um vídeo divulgado nas redes sociais.

Por que alguém opta por agir de forma assim irracional?

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