Publicado em 14 de outubro de 2007 e atualizado em 13 de fevereiro de 2024
O primeiro domingo do mês me reservou surpresas celestiais.
Como sempre faço, uma oração abriu o dia. Expressei-Lhe minha gratidão por de novo ser um de Seus dias santificados e pedi-Lhe que Seu Espírito me guiasse nas duas aulas que daria naquela manhã.
Há não muito tempo descobri que tenho um dom do qual até então não tinha me dado conta: o de prestar testemunho. Um dos motivos pelos quais adoro ser professor do evangelho é que as aulas oferecem oportunidades de prestá-lo diversas vezes. Prestar meu testemunho é uma das coisas que mais me dão prazer nesta vida.
Em todas as minhas aulas procuro dar prioridade às idéias que o Espírito me põe na mente e aos sentimentos que Ele põe em meu peito, descrevendo ambos com o máximo possível de acuidade. Com isso garanto que a aula será verdadeiramente inspirada e terá poder para tocar os corações dos alunos que estiverem abertos à influência do Espírito. Então, do começo ao fim, minhas aulas costumam ser uma grande prestação de testemunho. Não falo só do que sei e do que está escrito nos manuais — falo também, e principalmente, do que sinto.
Foi exatamente isso o que fiz na classe de Princípios do Evangelho da Escola Dominical daquela manhã, falando sobre ordenanças do templo e história da família. Em dado momento, chamei a atenção dos alunos para a possibilidade de mantermos para a eternidade as relações familiares que temos hoje. Percebi que alguns dos cinco visitantes ficaram com os olhos cheios de lágrimas, visivelmente emocionados pela descoberta dessa maravilhosa parte do plano de nosso maravilhoso Pai. Eu não precisava que nenhum deles me dissesse que sentia ser isso uma verdade eterna. Eu sabia o que sentiam, pois eu sentia o mesmo, e prestei testemunho disso a eles.
Então chegou a hora dos testemunhos após o sacramento. Prestei logo o meu, descrevendo a maravilhosa manifestação do Espírito durante a aula de Princípios do Evangelho. Disse aos irmãos que essa manifestação espiritual não aconteceria se esta não fosse a verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Minutos depois, para minha surpresa, uma das visitantes presentes à minha aula, que visitava a Igreja pela primeira vez, subiu ao púlpito e prestou seu testemunho dizendo também ter sentido o Espírito durante a aula e que, por isso, sabia ser verdade o que tinha ouvido. A coragem e a sensibilidade de dar vazão a seus sentimentos diante de uma congregação que nunca vira antes é uma experiência que não lembro de ter presenciado antes. Lamentei depois saber que ela reside em outra parte da cidade, que estava de passagem e que não será membro de nossa ala quando se batizar. Eu queria muito ter o privilégio de ajudar almas especiais como aquela a se encontrarem com nosso Pai através da edificação da fé no evangelho restaurado.
À saída, a esposa do bispo veio me contar que, num certo momento, foi dar uma espiada pela janelinha da porta enquanto eu dava aquela aula à classe de Princípios do Evangelho. Ela contou que o Espírito a persuadiu a entrar na sala, mas não o fez. Perguntei por quê. “Sabe como é, irmão, é aquela velha mania de ficar contendendo com o Espírito. Se eu tivesse entrado, talvez tivesse desfrutado do banquete espiritual do qual todos estão comentando e teria aprendido algo mais”.
Tudo isso vem solidificar ainda mais a certeza que tenho sobre a Igreja de Jesus Cristo e aumentar minha gratidão ao nosso Pai pelo privilégio de ser membro dela e fazer parte de Sua obra, que, como dizem as escrituras, é uma obra maravilhosa e um assombro.