Publicado em 14 de outubro de 2007 e atualizado em 20 de dezembro de 2023
Quando meu filho Giancarlo tinha apenas quinze meses de vida, levei-o à praia pela primeira vez. Ele demonstrava a excitação natural da descoberta da areia, da brisa do mar e de seus brinquedos para brincar na areia.
Então a água do mar tocou seus pezinhos pela primeira vez. Estava mais fria que o habitual. Ele reclamou, fez manha e esticou os bracinhos pedindo para sair de lá. Não foi só da temperatura da água que reclamou, mas também do medo que sentiu do movimento da água. Afinal, tudo ali era novidade.
Insisti na experiência com calma, usando seus brinquedos para atraí-lo para a água. Estimulado também pela alegre presença de sua priminha Maria Júlia, apenas 8 meses mais velha, não demorou muito para que não se importasse mais com a água batendo em seus pés e pernas.
Cerca de uma hora mais tarde, resolvi entrar com ele um pouco mais fundo na água, pelo menos até que estivesse à altura de sua cintura. Ao invés de reclamar, ele se divertiu ainda mais. Ria e gargalhava com o movimento da água batendo em seu peito e às vezes em seu rosto. Seu prazer foi tanto que protestou vigorosamente quando o tirei da água para irmos embora.
A experiência de Giancarlo me fez meditar sobre o paralelo com nossa experiência espiritual em relação aos mandamentos de Deus. Heber J. Grant, sétimo profeta e presidente da Igreja (de 1918 a 1945), escreveu sobre como sobrepujou muitas de suas fraquezas, transformando-as em talentos. Seu lema era: “Aquilo que persistimos em fazer torna-se mais fácil de realizar; não que a natureza da tarefa mude, mas nossa capacidade aumenta” (Ensinamentos dos Presidentes da Igreja, Heber J. Grant, capítulo 4).
Foi o que aconteceu a Giancarlo. Minha insistência em fazê-lo se habituar à temperatura da água e ao movimento das ondas fez com que vencesse o medo e passasse a desfrutar da satisfação proporcionada pela experiência.
Nossa adaptação aos mandamentos de Deus funciona de modo idêntico. Pode ser difícil e até chocante no início, mas a fiel perseverança revelará um mundo de bênçãos das quais não desejaremos nos privar, da mesma forma que Giancarlo não queria sair da água após ter desejado não entrar nela.
Desejo dizer a todos quantos vierem a ler estas palavras que todo sacrifício realizado em função da obediência aos mandamentos do Senhor vale a pena. Falo por experiência própria. Eu mesmo precisei e ainda preciso fazer muitos sacrifícios em função disso, mas não tenho o menor fiapo de arrependimento. Não há rigorosamente nada que o mundo tenha a oferecer que compense o que se ganha do Senhor em troca. Disso presto meu testemunho.
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