Minha chegada à Holanda

Referente a agosto de 1998

31 de julho foi meu último dia naquele empreguinho chulé. Minha saída representou um alívio para mim e um problema para meu ex-chefe, que agora ficou sem seu braço direito. Tamanha foi a perda que ele resolveu tirar uma semana de férias antes de minha saída, pois não sabia quan­do teria outra chance. Foi um trabalho bom, ainda que estressante pelo tipo de pessoa exageradamente impetuosa que é.

Embarquei para Utrecht, Holanda, três semanas depois. Vim fazer um trabalho praticamente inédito no mundo, já que não se tem notícia de outra empresa prestando o tipo de serviço que a nossa presta — ensino de inglês assistido por computador com reconhecimento de voz(*). Além de manter atualizado o site da empresa na internet e de incrementá-lo com interatividade, vou também aprender como funciona o software da empresa para poder iniciar o trabalho no Brasil no próximo ano, se tudo der certo.

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A vida depois da missão de tempo integral

Compreende o período entre setembro de 1987 e dezembro de 2003
O pequeno Giancarlo (com 5 meses) e eu, em novembro de 2004
O pequeno Giancarlo (com 5 meses) e eu, em novembro de 2004

Retornando ao lar, retornei também à rotina de estudos. Como estudante de engenharia, que é um curso bastante exigente, era imperioso me dedicar muito a ele, quase como se fosse outra missão de tempo integral. Minha faculdade ficava em outro estado e as viagens costumavam durar cerca de sete horas.

Todo o mal-estar provocado em casa por conta de minha partida para a missão pesou muito sobre meus ombros. Ter ido para a missão não foi um erro, o erro foi o modo como o processo foi conduzido. Como uma espécie de compensação, eu sentia que deveria dar o máximo possível de atenção a meus pais, o que implicaria em viajar para casa sempre que tivesse oportunidade. Minha meta era estar com eles a cada duas ou três semanas, no máximo. Assumi a família e a faculdade como as duas grandes responsabilidades de minha vida dali por diante.

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A história de minha conversão

Nasci na cidade de São Paulo em 4 de maio de 1966, num pacato bairro da zona sul chamado Cidade Vargas, que fica na região do Jabaquara.

Vindo de família cristã, recebi de meus pais orientação espiritual segundo os mais altos padrões cristãos. Em sua juventude, papai frequentou a igreja Presbiteriana e mamãe, a Metodista. Foi em uma das duas que se conheceram e casaram.

Cresci ouvindo falar em Deus, tanto em casa quanto nas igrejas evangélicas que frequentávamos. Apesar disso, até meados de minha adolescência minha imaturidade não me havia permitido desenvolver genuíno interesse pelo evangelho ou pelas escrituras. Muito embora não houvesse em meu coração qualquer dúvida quanto à existência de um Pai Eterno, até então Ele era para mim alguém por demais distante e inalcançável para que valesse a pena uma tentativa de aproximação. Por isso, eu não tinha o hábito de orar ou de ler a Bíblia. Muitas vezes, perante colegas de escola e amigos do bairro, me sentia envergonhado em dizer que ia à igreja com meus pais.

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